quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Como lidar com pessoas que te deixam louco

É o título do livro que estou acabando de ler, escrito pelo psicólogo Paul Hauck que ensina como sobreviver a chefes tiranos, amantes egoístas e colegas difíceis. Parece-se com qualquer livro de autoajuda de bolso que você vê por aí, mas, felizmente essa impressão termina após a capa.
O autor, membro da Associação Americana de Psicologia, tem uma abordagem própria para lidar com os problemas emocionais e os transtornos de comportamento, uma mistura de Terapia Cognitivo-Comportamental com mais pitadas de Behaviorismo skinneriano. Sua premissa básica:
"NINGUÉM PODE ABALÁ-LO EMOCIONALMENTE A NÃO SER QUE VOCÊ PERMITA. (...) VOCÊ, A PESSOA QUE ESTÁ DEPRIMIDA, ZANGADA OU COM MEDO, É O MAIOR CAUSADOR DE SEUS PRÓPRIOS SENTIMENTOS NEURÓTICOS".
Um aspecto muito interessante de sua teoria, que irá resultar naquilo que ele chamou de Psicologia do Respeito, são os três princípios de interação humana:
1. Nós ensinamos as pessoas a fazerem o que fazem conosco; logo, recebemos aqueles comportamentos que toleramos.
2. Os outros não vão mudar até que nós mudemos o nosso comportamento.
3. Com pessoas difíceis reduza a tolerância que tem em excesso.
O livro está repleto de boas sacadas e insights que poderão ajudar as pessoas a pelo menos refletir sobre seus próprios comportamentos diante dos "fazedores de loucos", ou até quem sabe se perceber como um. Uma boa leitura!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ALÁ NÃO PODE EVITAR O MAL.

 Na semana passada (24/09) mais de 700 pessoas morreram pisoteadas na cidade de Mina, no festival religioso islâmico Hajj (grande peregrinação). Além dos mortos, mais de 850 fieis ficaram feridos, quando duas multidões se encontraram na área destinada ao apedrejamento de Satã. Isso mesmo, os religiosos foram ao local para jogar pedras numa parede que representa o diabo para os muçulmanos.
Que tipo de pessoa se mete numa aglomeração para jogar pedras em Satã? A resposta é simples: o mesmo tipo de pessoas que segue procissões católicas, cortejos festivos do Candomblé etc.
O sujeito religioso, como dizia Freud, é um sujeito que se encontra num estado regressivo de grande intensidade em que sua capacidade de raciocínio lógico está embotada. Ele é incapaz de agir racionalmente e entrega-se livremente ao delírio religioso.

Tivesse ele um mínimo de pensamento racional questionaria logo a falta de proteção de seu(s) deus(es) que não evitou a tragédia. Ou poderia até pensar que Satã não gostou das pedradas e reagiu. Mas, o mais importante é que ele elide a conclusão lógica de que Alá não pode evitar o mal, logo, ou não existe (opção mais acertada) ou é sádico e/ou impotente, não tem outra alternativa.
Porém, novamente cito Freud, todo aquele que participa de um delírio não irá reconhecer a atividade delirante, procurará antes argumentos esfarrapados para justificar a inoperância de seu deus, e, assim continuar acalentando sua esperança de imortalidade num paraíso qualquer.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Uma questão teológica?

Ao me deparar com a capa da revista Veja dessa semana (acima) sobre a tragédia dos fugitivos das guerras na Síria e outros países do Oriente Médio e África, fui impactado pela fotografia do menino Aylan, morto numa praia da Turquia, parecia dormir o soninho normal das crianças pequenas que adormecem em qualquer lugar, mas não era o caso. Aylan morreu junto de sua mãe, seu irmão e mais outros tantos seres humanos que fugiam do terror perpetrado pelas tiranias de cunho religioso (ou não) espalhadas pelo mundo.
E a revista propõe um questionamento religioso em sua capa: de onde vem o Mal? Seria isso obra de Deus, Alá ou um outro deus qualquer? O Mal e o Bem vem do Homem, afirmou o poeta. Mas, e Deus ou os deuses onde entram nessa história? Respondo parodiando o jornalista inglês Christopher Hitchens: Se diante de tanta desgraça um deus, seja ele quem for, não for capaz de intervir, ele deve ser considerado Impotente ou Sádico, não há meio termo.
Os mortos descansam em paz agora, os vivos continuam a ser atormentados - penso no pai de Aylan que perdeu a esposa e os dois filhos - e, os deuses continuam aonde sempre estiveram, na imaginação de grande parte da humanidade.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Daiana e os complexos freudianos - Marquês de Caralhau

Em Alagoas os nomes de batismo às vezes não pegam, as pessoas não são conhecidas pelos seus nomes nem sobrenomes, mas, por um outro nome ou apelido totalmente diferente - em som e grafia - dos nomes originais. E porque isso acontece? Bem, algumas vezes os pais pensam em dar um nome, mas, de última hora põem outro, no entanto, toda família que passou o período de gestação chamando o bebê por aquele primeiro nome, não consegue aderir ao novo. Foi assim que se deu com Daiana, que já foi Quitéria, mas insistiu ser chamada pelo nome de primeira ideia que pelo de registro. Outrora Maria Quitéria de Souza, hoje Daiana, ou só Dai para os mais chegados.
Outro problema era a grafia de seu nome, o escolhido. Quando criança isso não importava, mas, bastou umas poucas aulas de inglês para demandar um novo drama de consciência: Diana ou Daiana? Em sua terra natal seria sempre Dai, filha de Dona Teresa que fugiu com um vendedor de livros que passava por Piaçava do Norte quando Quitéria tinha seis anos, deixando-a e mais duas irmãs aos cuidados de seu pai, mecânico náutico, alcoólatra e que mais tarde viria a abusar sexualmente das filhas.
Dai conviveu com o pai e as irmãs até completar onze anos, foi quando elas contaram para a avó paterna sobre as investidas sexuais de seu pai e todas as três crianças foram distribuídas pelas casas de parentes na capital. Ela ficou morando com a avó materna e contava também com a ajuda da vizinhança para a alimentação.
Ela cresceu. Tinha a pela branca, estava gordinha para os atuais padrões de beleza, tinha seios grandes e firmes, e os cabelos ruivos ressaltavam bem a beleza de seu rosto, era uma mulher muito atraente, dessas que dá vontade de amar bem muito. Perdeu a virgindade aos dezesseis com um sujeito bem mais velho, amigo de seu pai e casado, ficaram juntos por mais de quatro anos, terminaram quando ela se mudou para "fazer faculdade" em outro estado.
Ninguém sabe ao certo se foi a precoce erotização de seu "corpoalma" pelo pai, misturado ao abandono por parte de sua mãe que levou Dai a se envolver simultaneamente com um professor e uma colega de sala durante o primeiro ano na universidade. A amiga frequentava sua casa, o professor não; ela era muito discreta, seus dois amantes não sabiam da existência um do outro, e assim ela vivia sua sexualidade como objeto de desejo da mãe (sua amiga) e do pai (o professor).
Seus desejos eróticos, taras e fantasias eram vividos ao máximo com seu professor, ela costumava dizer que botava a boceta pra amiga chupar, só isso, que gostava de homem. Gostava de falar durante o ato e gostava de ouvir coisas como: "Eu adoro meter dentro dessa sua bocetinha apertadinha", "Gostosa, engole meu pau todo", as vezes se masturbava para ele ver. Mas do que ela mais gostava era de chupar rola, chupava tudo que estivesse em volta também e no final engolia com prazer indisfarçado quanta porra escorresse. E quase sempre ficava de quatro na beira da cama e oferecia seu anus vermelho claro às estocadas seguras de seu professor.

domingo, 7 de junho de 2015

OS CONTOS ERÓTICOS DO MARQUÊS DE CARALHAU

Como pertence já ao domínio público, vou postar aqui no blog os micro contos eróticos do escritor pernambucano Stefanio Amilfe, autointitulado "Marquês de Caralhau", que pertenceu ao grupo de neo modernistas do começo da década de 1960, e cuja obra ainda não é conhecida do grande público leitor.

MARY: A SANTA LOUCURA

Ela era bem magra, bem branca e muito tímida. Era professora primária de um colégio do estado, fizera o Magistério e se considerava vocacionada para isso; seus dois sonhos, ser professora ou ser freira. Era uma mulher bonita, ainda mais porque do alto de seus vinte anos, seu tipo físico e a cor de sua pele lhe conferiam uma aura de santidade; parecia-se mesmo com as santas de gesso dos altares católicos, seus longos cabelos exageradamente negros também ajudavam a compor o quadro.
Entre seus colegas de trabalho havia uma mulher na faixa dos trinta anos que chamava a atenção pela forma de se vestir e se movimentar, elegante, graciosa e além de tudo era muito gostosa, e sabia disso e usava isso a seu favor. Era casada com um rico comerciante, e era a sensação do colégio, tanto entre o alunado (uma legião de adolescentes) quanto entre os professores, que não deixavam passar despercebida a admiração pelas formas perfeitas da bela professora. 
E foi essa bela professora que se tornou a melhor amiga de nossa heroína com cara de santa. Mary, esse é o nome dela (acho que não poderia ser outro) se encantou com a beleza de Heloísa, com seus modos e com seu estilo de vida. Mary, solteira e virgem, como convêm a uma santa, alimentava sua natureza diabólica (até as santas possuem tal natureza) com as aventuras narradas por sua amiga Heloísa, que sendo casada não se cansava de ter casos amorosos e manter até mais de dois amantes fixos, mesmo na cidadezinha onde residiam. Isso acendia o desejo de Mary, mas não por homens ou pelo desejo de ser penetrada; ela desejava o corpo e a alma de Heloísa.
Mary era fascinada por Heloísa, que continuava a ter seus amantes e acrescentara à sua lista a ingênua e apaixonada Mary. Ela alimentava seu amor com promessas de um futuro que as duas teriam juntas e bem longe daquela cidade do interior. Heloísa até arranjou um namorado para Mary, para que ambas pudessem manter a aparência de heterossexualidade, e poderem se encontrar mais vezes e até viajar juntas sem despertar a maledicência dos outros
Por quase dez anos mantiveram essa relação. Mary, apaixonada, devotada e submissa: ela chupava a buceta, a língua, o ânus e os peitos da sua exuberante amante, e recebia em troca uma masturbação manual, às vezes Heloísa enfiava um vibrador nos dois orifícios de Mary, mas não gostava de chupar sua buceta. Heloísa continuava a ter amantes, Mary, mantinha o namorado de fachada que pensava em se casar por ter lhe tirado a virgindade, coisas de honra de macho. Não queria que Heloísa tivesse mais amantes, queria ela só para si, aliás, queria ser como ela ou ser ela, para que ela nunca lhe faltasse.
Esse foi o começo do fim. Heloísa não aceitava cobranças, seu espírito libertino a levou para outros caminhos bem longe de Mary, que se sentia cada vez mais terrivelmente sozinha. Ela não tinha ninguém, nem o namorado de sua farsa ela conseguiu manter. Entrou em depressão, perambulou por clínicas psiquiátricas, dopou-se com psicofármacos e até tentou suicídio. Não conseguiu morrer. Até isso lhe doeu, sensação de ser incompetente até para tirar a própria vida. 
    

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Metanoia: Chovendo no molhado!

Semana passada fui assistir ao filme nacional "Metanoia: mães de joelhos, filhos de pé" e só não fui embora antes do final porque queria escrever algo sobre ele. O filme é ruim em todos os aspectos, desde a "análise" superficial e atrelada ao senso comum sobre o uso de drogas, até seu apelo melodramático e religioso que beira o pieguismo mais barato e chulo que possamos imaginar.
De acordo com o senso comum (o filme assina embaixo) as más companhias levam os coitadinhos dos bons meninos a usar drogas, e uma vez provando um tipo de droga inevitavelmente se passa para outro tipo mais forte, depois vem a criminalidade para alimentar o vício. Então, prestes a cair no fundo do poço, os coitadinhos vão para as Comunidades Terapêuticas, uns recaem (a maioria), outros morrem de overdose e uns se libertam e viram fanáticos religiosos. Esse é o filme: levaram quase duas horas para dizer exatamente isso que descrevi, e, da forma mais melodramática possível.
Para coroar o melodrama barato, tem uma cena em que uma mãe vai comemorar o aniversário do filho na cracolândia e tentar convencê-lo a voltar pra casa, nesta cena o diálogo é feito em meio ao choro dos dois personagens, cujo discurso se assemelha em tudo ao que estamos acostumados a ouvir nos programas de TV populares: o amor incondicional da mãe, a crença de que o usuário é um morto-vivo e que seu destino é o cemitério ou a cadeia.
O que o filme não mostra é a realidade mesma do problema da drogadicção, suas peculiaridades e particularidades, tais como: 1) nem todo mundo que experimenta drogas fica viciado; 2) nem todo viciado muda sua droga de uso para uma mais forte (isso é a minoria que faz); 3) nem todo viciado recorre à criminalidade para sustentar o vício (muitos trabalham sério a semana inteira); 4) que existem outros recursos bem mais eficientes que as Comunidades Terapêuticas (são fábricas de dinheiro) para tratar o usuário que deseja se tratar, e de graça na rede pública, os CAPS-AD; e (5) que se oração resolvesse o problema do uso de drogas seria realmente maravilhoso, mas não resolve.
Quando você imagina que o filme não poderia ficar pior vem a surpresa: sim, o filme pode ficar bem pior com sua conclusão. O personagem principal descobre que foi acompanhado por um ANJO durante todo seu percurso no mundo das drogas, e é claro que esse anjo foi consequência das orações de sua mãe, e, se não fosse por isso ele estaria ferrado: na cadeia ou no cemitério. É muita bobagem para tratar de um assunto tão sério.
Se não assistiu, não assista. É uma completa e total perda de tempo, o filme é ruim demais.


terça-feira, 21 de abril de 2015

Taróloga Presa por estelionato!

Uma mulher chamada Karina que atendia como taróloga em Águas Claras, DF, foi presa no sábado (18/04) acusada de estelionato junto ao seu marido Otávio. O golpe aplicado contra esse jumento, quero dizer cliente, de nome não revelado, consistiu em pedir que ele levasse a quantia de 16 mil reais para ser benzido e consagrado à Iemanjá. A anta, depois de já ter pago quase mil reais pela consulta, leva os 16 mil e aí vem a explicação do além: ele não deveria mais tocar naquele dinheiro, caso tocasse iria morrer de uma morte horrível, e além do mais, o dinheiro já pertencia a Iemanjá agora, disse a pilantra como se estivesse possuída por um espírito.
Assustado o idiota do consulente saiu correndo do lugar, mas teve um pingo de bom senso ao contar o ocorrido aos familiares que lhe revelaram se tratar de um golpe. Depois que seu último neurônio ressuscitou o cliente babaca acionou a polícia que fez a prisão e conseguiu recuperar 14,3 mil do dinheiro consagrado.
Pena que não se pode botar na cadeia toda essa raça de bandidos do mundo místico e espiritual: tarólogos, cartomantes, babalorixás, pastores, padres, ciganas e afins. Aliás, teríamos que construir mais presídios, porque nosso povo é por demais crédulo e principalmente mal educado. Só com educação se pode combater esse misticismo infantil, essa espiritualidade pueril, enfim, essa falta de uso da razão.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Documentário - A Ira de um Anjo





Essa é a história de Beth, uma criança que foi abusada pelo pai nos primeiros anos de vida, e o documentário mostra as terríveis consequências desse ato brutal. Existe psicopatia na infância? E, caso exista, haveria possibilidades de cura? Essas questões serão respondidas no decorrer do filme.


segunda-feira, 6 de abril de 2015

O "Petismo": a nova religião dos militantes e simpatizantes do PT.

Os últimos acontecimentos desde a campanha eleitoral para a presidência, principalmente o escândalo do "petrolão", fizeram-me pensar sobre esse fenômeno mais que interessante advindo dos militantes e simpatizantes do PT: a denegação quase que completa da responsabilidade do partido por esse esquema gigantesco de corrupção.
Chamo de denegação até de forma eufemística, parece que houve uma espécie de cegueira coletiva nos "companheiros" e "camaradas" que ou não enxergam, ou, fazem um esforço hercúleo para não enxergar a bandalheira promovida já a alguns anos pelo PT, que a cada nova investigação mais se prova seu envolvimento no que há de mais sórdido em termos de política, e, mais ainda para um partido que antes de chegar ao poder posava de guardião da decência e da honestidade.
No entanto, para os crentes (os chamarei assim doravante), que não têm como argumentar quando as evidências lhes saltam na cara, a saída é acusar os outros de também terem feito eles as mesmas coisas, ou, recorrer ao velho e cansativo chavão da esquerda bolorenta e acusar a imprensa burguesa de querer sabotar a luta dos "trabalhadores".
Quando as pessoas vão à rua pedir punição para os corruPTos, eles chamam de golpe das elites, sem nem se dar conta de que o índice de rejeição da presidente já ultrapassou os 70%, e que a grande maioria que atendeu ao chamado dos protestos, foram eleitores do PT, votaram em sua candidata, e isso não é invenção da mídia, não foi um movimento das "elites".
Por tudo isso, só posso pensar nessas pessoas que defendem o PT, os crentes, a partir de um ponto de vista religioso, pois de outro modo as chamaria de estúpidas ou oportunistas - que acredito ser mesmo a maioria dos quadros partidários. Para o sujeito religioso as evidências pouco importam, sempre arrumam uma desculpa qualquer para referendar sua crença, pois tudo se baseia na "fé". E a partir dessa fé criam-se os dogmas, os valores e até um senso de ética que pode ser tremendamente imoral, mas danem-se o bom senso e a moral, é um dogma de fé.
A cegueira do crente vai se estendendo para a santificação de pessoas de caráter no mínimo reprovável, e para a completa minimização dos males cometidos pelos "novos santos"; tudo se justifica: roubo, corrupção, agiotagem, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e até assassinatos.
Lula não sabia do esquema do "mensalão" e Dilma não sabia do "petrolão": incompetência ou conivência? Acho que as duas coisas. Mas para o crente nada importa, os santos são intocáveis, sua palavra é a lei, é a verdade, mesmo sendo a mais descarada mentira, isso é religião em seu mais puro formato, vive-se de fé.

domingo, 29 de março de 2015

Filhos, melhor não tê-los?

Estava brincando com meu filho caçula hoje e comecei a pensar como será daqui a alguns anos quando ele não gostar mais de brincar, e até mesmo de conversar comigo. Digo isso porque já vivo uma situação assim. Tive cinco filhos em momentos bem diferentes de minha vida: dois durante o casamento que nasceram quando eu estava com 21 e 23 anos de idade, e os outros três depois dos 38 anos.
Quando os primeiros ficaram adolescentes e não brincavam mais comigo, ao menos faziam questão de sair comigo para aventuras, e foram chegando os outros que só queriam brincar. Tudo estava em ordem em minha relação com eles. Mas, a chegada dos primeiros à idade adulta que vieram morar comigo depois da separação da mãe deles, e talvez, pelo natural desejo de sair do ninho, foram sentidos como estranhos pra mim. Passar dias sem vê-los, dias sem falar nem mesmo ao telefone me impactaram. Mas, tinham os outros filhos para gratificar meu desejo de pai que se diverte com crianças.
Eles estão crescendo, são agora pré-adolescentes (um deles já adolescente), e penso, baseado nos dois primeiros: será que vão diminuir o contato? Pois, não sou casado com as mães deles. Será que farão igual ao mais velho, que passa meses sem nem telefonar? E o pior, nem atende minhas mensagens.
Não sei, não sou adivinho. A única coisa que sei é que tentei ser um bom pai apesar de todos os meus defeitos (que são muitos). Mas não entendo esse "abandono", já pensei muito sobre as razões que meu primogênito poderia ter para não querer contato comigo... Não acho razões para isso. Nem ele me disse nada.
Queria muito entender, pois. ainda hoje sou apaixonado pelo meu pai, que nem de perto foi tão legal comigo quanto fui e sou com meus filhos, e, espero que os outros não sigam o exemplo do irmão. Estou envelhecendo, sei que não sou-serei uma companhia tão legal, estou mais rabugento e impaciente para as crises da juventude, mas tenho amor, amo cada uma dessas criaturas que eu ajudei a botar no mundo, me esforcei para dar uma boa vida pra cada um deles. Brinquei de bobo, ensinei a pescar, a dirigir, a respeitar os mais velhos, a não jogar lixo no chão, a praticar esportes, a amar a natureza, a música e a poesia, e a não se envolver jamais em atividades criminosas. Até aqui todos estão cumprindo. Talvez o mais velho, hoje com 30 anos (que já é pai, e meu netinho parece gostar muito de mim), não tenha querido mais me amar; é um direito dele, eu só gostaria de saber o porquê?
Ah! O meu caçula comentou quando eu falava sobre o afastamento do irmão mais velho: "Ô pai, ele deve ter enlouquecido, você é o melhor pai do mundo".
Filhos? Melhor tê-los, mesmo sendo esquecido tempos depois.

terça-feira, 17 de março de 2015

Stacey Solomon - What a wonderful world


Ela surgiu em 2009 no programa londrino X-Factor e encantou o mundo, pois além de cantar tão bem, é uma garota super simpática com um astral bem pra cima, e, se não me falha a memória, foi a ganhadora dessa edição do programa.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Loucas pra Casar - A loucura de querer casar a qualquer preço.



Se você não assistiu ao filme não leia esse comentário, pois, vou começar pelo final do filme. Trata-se de um delírio da protagonista que vive seus alter egos como se fosse real. A dançarina de boate, ou seja a puta; e a virgem carola que não entende nada de Bíblia, mas é a perfeita para casar.

Malu, Maria Lúcia, corretora de imóveis, namorando a três anos com seu chefe, vive na expectativa de ser pedida em casamento já que era a campeã de pegar buque de noivas nos casamentos das amigas (a tarada, a meiga e até a feia) e até o momento nada, já que estava com 40 anos e desesperada para sair do caritó como dizemos aqui.

Ela é obsessiva-compulsiva, toda certinha e tem a mãe esquizofrênica. Insatisfeita com a demora do parceiro em pedí-la em casamento ela supõe que ele deve ter alguma outra mulher, e descobre seus dois egos auxiliares, a puta e a santa. A comédia se desenvolve nessas peripécias das três mulheres que desejam se casar com o mesmo homem, um empresário de sucesso e bonitão.

O que podemos destacar desse filme é a questão da cobrança (interna e externa) que recai sobre as mulheres de ter que casar a qualquer preço. Lembra muito o filme "Os homens são de marte...". E ao se descobrir múltipla, como aliás são todas as mulheres, a protagonista Malu, resolve não mais casar, apavorada com seu delírio. E descobre depois que o delírio se estendia até a imagem de seu amado, que não era o gatão que idealizara.

E, finalmente, sob a influência da realidade que não para de querer se manifestar ela se casa; com seu amado e idealizado chefe, pra descobrir depois que seus dois lados (santa e puta) ainda continuam a acompanhá-la quem sabe pelo resto da vida.

É uma comédia, é ficção, mas, quem poderia dizer que no fundo não é assim que acontece?  

Cinquenta Tons de Cinza - a perversão em preto e branco!



Vou tentar analisar em poucas linhas o filme, será uma análise um tanto superficial pois não li o livro, que poderia me dar subsídios para um entendimento mais profundo. Mas, trata-se da história de uma paixão que vai mexer com a estrutura perversa de um dos envolvidos, no caso o Sr. Grey (cinza em inglês), um executivo de sucesso aos 27 anos e uma jovem estudante de literatura, tímida, recatada e virgem, Anastasia Steele, de 21 anos de idade.

Existem vários símbolos contrastantes que se apresentam ao correr das cenas: as cores das roupas e acessórios de Grey que são sempre cinzas, as cores do quarto dos encontros sadomasoquistas que são em tons de vermelho (cor associada à paixão, ao amor e ao sexo); o contraste pobreza e riqueza, dominação-dominado que surge como proposta da relação; e, talvez o mais relevante de todos, o contraste sinceridade e abertura ao amor, do lado da protagonista versus medo e defesa do lado de quem parece ser tão seguro de si. Uma cena digna de nota é que no quarto que ele propõe que ela ocupe nos finais de semana, há uma gravura no papel de parede em que aparece uma gaiola com um pássaro dentro, mas que está com a porta aberta, querendo dizer que ela estaria ali por sua própria vontade, podendo sair da gaiola quando quisesse.

Anastasia vai aos poucos destruindo a couraça protetora de Grey, que com seu jeito de menina desprotegida - prato perfeito para um dominador sádico - vai abrindo brechas cada vez mais profundas nas certezas, regras e mitos do dominador, que, sem se dar conta, passa a ser o dominado. Ele tenta quebrar a resistência dela usando a arma "infalível" da dominação: o dinheiro. Quebrou a cara, a demanda dela é outra. Quis agir como uma caricatura de "pai" (ela não teve um pai biológico presente, porém, seu padrasto foi pai) que põe limites ao desejo caótico do filho mas não consegue ser pai, não dar pra ser pai sem ter o "nome-do-pai" inscrito.

Ele não se deixa tocar, diz que não faz amor, apenas fode, que não dorme com ninguém, mas dormiu com ela, que não é romântico, mas fez um monte de firula romântica. Ela mostra pra ele que se pode foder e fazer amor ao mesmo tempo. Ela se manteve virgem até então por respeitar seu próprio desejo, quando diz que apesar de ter muitos homens lhe desejando, ela ainda não tivera o desejo por nenhum deles. Ele, pelo contrário, envolveu-se ainda adolescente com uma dominadora amiga de sua mãe em uma relação totalmente edipiana. Era (e parece que continuou a ser) um menino tentando foder com a mãe e sendo castigado por isso.

O final é bastante interessante, revelador da farsa da perversão de Grey, que mais parece histérica que perversa. Anastasia pede para experimentar aquilo que ele deseja fazer com ela no quarto vermelho (na primeira vez em que ela esteve lá foi uma relação normal de fantasia e brincadeira, sem violência); então, ele a castiga seis vezes com uma vara, de forma violenta batendo em suas nádegas. Ao fim do castigo ela pergunta: "Era isso que você queria fazer comigo... era assim que você gostaria de me ver...". O projeto de pervertido sexual, tão poderoso e senhor de si, fica estarrecido, foi pego de calças curtas feito um menino que fez merda e não sabe onde enfiar a cabeça. Anastasia vai embora, e deixa para Grey a mensagem de que se é realmente isso (dor, sofrimento e humilhação) que um sujeito deseja para a parceira, esse sujeito é um nada, não tem valor; que inclusive seu poder financeiro são apenas ilusões de uma mente doentia.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

James Randi: Homeopatia, enganações e fraudes. TED Legendado



Entre os charlatães desafiados por Randi estão Uri Geller, famoso na década de 1970 e o brasileiro Thomas Green Northon, guru de Baby Consuelo, o homem do RÁ, que dizia levitar caminhões e fazer luzes com seus poderes psíquicos. Incrivelmente, ambos aceitaram o desafio, mas não apareceram para fazer os testes.... Será que eles não gostariam de receber 1 milhão de dólares?
James Randi e sua fundação lutam por um mundo mais racional e pelo fim de toda superstição, cujo principal objetivo é obter lucros cada vez maiores em cima da credulidade do povo,
Para Randi, e para mim, todos esses embusteiros, astrólogos, cartomantes, tarólogos, videntes, médiuns, curandeiros religiosos, viajantes da galáxia (sem drogas) e outros mentirosos deveriam estar presos; e, enquanto isso não acontece, cabe conscientizar a população dos malefícios provocados por esses bandidos.

TED Ana Maria Saad: cura da depressão com autoconhecimento - legendado








sábado, 10 de janeiro de 2015

Solidariedade aos chargistas do Charlie Hebdo.


Nessa última quarta-feira o mundo ficou abalado com mais um ato terrorista de fanáticos religiosos muçulmanos. Desta vez, as vítimas - doze ao todo - foram chargistas e funcionários do jornal francês Charlie Hebdo, conhecido por sua verve satírica, e por combater de forma ferrenha o fanatismo religioso, seja ele cristão, judeu ou islamita.
 Acima podemos ver algumas das capas do jornal francês, entre elas, aquelas que provocaram o ódio dos fundamentalistas e terroristas islâmicos. Vamos traduzí-las pela ordem, sendo a primeira a de cima à esquerda até a última que está embaixo à esquerda.
1. Essa capa foi da edição do dia seguinte ao do atentado e diz: "O amor é mais forte que o ódio", em que aparecem dois homens se beijando, e um deles é muçulmano, ou o próprio Maomé beijando um cartunista.
2. Essa capa foi a primeira da série "A vida de Maomé", esse episódio seria: o início do profeta. Foi feita em 2013, e provocou ódio no mundo islâmico, pois, o profeta Maomé - também famoso por ser estuprador e pedófilo -  é sagrado, quase um deus e não pode ser representado de forma alguma.
3. Essa capa trás uma sátira ao doente mental e líder do Estado islâmico Abu al-Baghdadi, que deve ter ficado estarrecidooooo com essa ousadia.
4. A quarta capa mostra um judeu (rabino) empurrando um muçulmano (ou o próprio profeta sagrado dos idiotas) com a legenda: "Intocáveis" e "Não se deve zombar".
5. Aqui um muçulmano é atingido por balas que atravessam o Corão, seu livro sagrado, e a legenda diz: "O corão é uma merda...Ele não para balas".
6. Na última capa vemos uma charge, que para um fundamentalista cristão pode ser bastante agressiva para com a sua crença, em que a "santíssima trindade" aparece numa suruba. O objetivo era chamar a atenção para uma discussão sobre o casamento gay.
As pessoas tem todo direito de não gostar, de não concordar com a linha editorial do jornal, de não querer ver sequer a capa desse jornal; porém, em nome da liberdade de expressão, ninguém deveria ser morto por expressar suas ideias ou pensamentos. Só os loucos, cegos e imbecis, como são os fanáticos religiosos, principalmente os islâmicos na atualidade, insistem em ostentar seu desrespeito a tudo que é mais caro ao nosso mundo civilizado. Não gosta do jornal? Não leia; é simples.
Nessa hora eu adoraria acreditar que existe um lugar chamado inferno, seria um conforto saber que essa corja de idiotas estaria queimando por toda eternidade junto de seu amado profeta. Que pena!