sábado, 30 de abril de 2011

Imposto de Renda

Ontem foi o último dia para entregar a declaração do imposto de renda, e como sempre, é com um sentimento de revolta que divido as parcelas e pago, por seis, sete ou oito meses, por um "produto" que sei que não vou usufruir.

Cada vez que escuto nos noticiários da TV ou do rádio algo sobre o mal emprego do dinheiro público, sobre as péssimas condições dos hospitais e escolas brasileiras, sobre a crescente violência urbana e a total insegurança da população, eu me pergunto: estou pagando essa quantia (agora) e mais uma boa porção embutida nos mais diversos produtos (o ano inteiro) para que? Para financiar a boa-vida de parasitas, ladrões e estelionatários dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) que vivem às custas do trabalho alheio.

Porque será que escolheram um leão para representar a "receita federal" ou o "imposto de renda"? Nos comerciais de TV mais antigos, quando surgiu o símbolo do Leão, eles brincavam com o contribuinte alertando-o a ter cuidado com a mordida do animal.

Mas, pensando psicanaliticamente, sabemos que não foi o acaso que colocou o Leão nesse lugar de representante do imposto brasileiro. Será que os "gênios" que criaram a campanha, e que cometeram esse tão grave "ato falho", esqueceram que na vida selvagem os leões geralmente se aproveitam da caça de outros predadores, sobretudo das leoas?

Ou seja, se alimentar do trabalho dos outros, e não é isso mesmo que essa cambada de bandidos instalados a décadas nos poderes públicos vivem a fazer?

Eu pago impostos porque não aprendi como sonegar, mas pago revoltado.

E manifesto a anos minha revolta não votando nessa corja de pilantras federais, estaduais e municipais...

domingo, 17 de abril de 2011

Delírio Completo!

O trágico fato acontecido na Escola Municipal Tasso da Silveira no bairro do Realengo no Rio de Janeiro, que chocou profundamente a sociedade brasileira, por incrível que pareça, foi fruto de uma construção delirante profundamente infeliz.

Que os indivíduos que possuem uma estrutura psicótica deliram e até cometem crimes é fato mais que conhecido e documentado nos meios que estudam e lidam com a psicopatologia, que não é da vida cotidiana, na acepção freudiana do termo.


Eu mesmo já atendi no Manicômio Judiciário de Alagoas a alguns psicóticos que cometeram crimes que chocaram suas comunidades, principalmente parricídios (matar o pai), fratricídios (matar irmãos) e infanticídios (assassinatos de crianças por parte de mães em surto de psicoses puerperais). Mas nada tão drástico e tão terrível quanto a morte de 11 crianças-adolescentes numa escola pública.




O que podemos deduzir das cartas e vídeos deixados pelo atirador, é que um delírio foi construído ao longo do tempo. De ex-aluno vítima de bulling a protagonista da tragédia, houve um longo percurso (de no mínimo 10 anos) que passou pela "descoberta" de sua filiação ao terrorismo internacional de inspiração mulçumana até a realização de sua particular "Jihad".


Procurar os culpados pela tragédia é no mínimo complicado, mas, identificar a facilidade de aquisição de armas de fogo como um fator crucial, é pertinente. O jovem psicótico poderia sim ter cometido o crime com outra arma, mas certamente o número de vítimas seria bem menor. Mata-se com outras armas sim, mas, as armas de fogo permitem uma segurança maior para os assassinos e uma chance de defesa menor para as vítimas. Então, nada mais justo que creditar às armas de fogo na mão de um sujeito delirante como a única responsável pela tragédia do Rio de Janeiro.


Mas, quem permite isso é tão responsável quanto o atirador: a incompetência dos poderes públicos para promover aquilo que eles mesmos chamam de "Segurança Pública", que são pagas - e bem pagas - com os IMPOSTOS que todos pagamos.