terça-feira, 15 de novembro de 2011

Chapada Diamantina - Lições de vida.

A todo momento a vida nos ensina alguma coisa, cabe-nos estar atentos aos ensinamentos e transportá-los para outras situações.

Nesse "feriadão" viajei para a Chapada Diamantina com um grupo de ciclistas de Maceió para "fazer trilha" a pé e de bicicleta. E, claro, além de desfrutar das belas paisagens, também aprendi muitas coisas nas longas e exaustivas caminhadas de até 8 horas de duração.

A primeira dessas caminhadas foi para a Cachoeira da Fumaça, em cujo percurso de ida foram gastas 2:30h e 2:10h na volta, numa trilha íngreme, pontuada por charcos até o topo da montanha, onde finalmente, a quase 500 metros, observamos a beleza da queda d'água. O que aprendi durante a difícil escalada, que nos deixava ofegantes nos trechos mais inclinados, foi a não ter pressa; a dar um passo pequeno de cada vez para chegar ao objetivo. Pode parecer pouco, mas, a afobação, a pressa e o desejo de chegar logo ao alvo além de impedir o desfrute das belezas do caminho podem até impedir-nos de conquistar a meta proposta.

Na segunda trilha, rumo à Cachoeira do Sossego, levamos 8h para ir e voltar. Esse trecho foi um misto de caminhada e escalada, passando por grotões, correntezas fortíssimas, rochas escorregadias e muita "adrenalina". Nesse percurso, em que cada pessoa dependia da ajuda de outra para transpor os obstáculos, fui surpreendido pela observação feita por uma das mulheres do grupo que ao segurar a minha mão para não despencar de um rochedo falou: "que coisa incrível, nós não somos nada sozinhos aqui nessa corredeira, precisamos uns dos outros para sairmos daqui.

Aprendi também a não confiar interiamente nos guias turísticos, que como qualquer pessoa, julgará o grau de dificuldades, de beleza, de entretenimento por um critério bem pessoal, que não levará em conta o meu preparo físico nem minhas preferencias estéticas. E assim como foi na Chapada Diamantina, também é na nossa vida cotidiana, é só transpor os ensinamentos de lá para cá.

domingo, 6 de novembro de 2011

Movimento estudantil?

Fui militante de esquerda no final da década de 1970 e durente os quatro primeiros anos da década seguinte. Participei da reconstrução da UNE, e vi o Aldo Rebelo, atual ministro dos esportes ser eleito presidente, lá em Cabo Frio. Naquele tempo, como hoje, filho de rico estudava preferencialmente em universidade pública, sempre diurnas, ficando as particulares, quase sempre notrunas, em sua maioria para os estudantes que trabalhavam durante o dia.
Lutava-se por um maior investimento do Estado na educação, que em nosso país era simplesmente ridículo, queríamos apenas 25% para a educação em todos os níveis.
E o que vemos hoje?
Falta objetivo claro. Mesmo que a esquerda de ontem carecesse de clareza em seus objetivos e até mesmo fosse confusa em termos ideológicos, nada se compara a falta de princípios desse movimento estudantil esquizofrenico de hoje. Pois, ele é delirante e parece ser movido a ímpetos pessoais de usuários de drogas ou minorias, que não são tão minoritárias assim. São delirantes, pois visualizam inimigos imaginários e veem coisas que não existem.
Agora vejamos o cartaz do estudante: diz tudo né mesmo?
Papai paga tudo, então, eu posso ser revolucionário. Que vergonha!
Revolucionários vagabundos sempre existiram, mas, não foram eles que fizeram as revoluções.
E o cartaz mostra também a falta de compromisso com qualquer tipo de ideologia, que poderia trazer algo bom, criativo, novo. Mas, não acrescenta nada. Nada e nada.
Mostra apenas o manifesto da dependencia totalmente assumida de um jovem (?) da condição financeira de seus pais; que não o fazem nem de longe de ser algum revolucionário.

sábado, 5 de novembro de 2011

Sindicato dos Psicólogos de Alagoas - Parte 1

Vou contar uma história de uma categoria profissional, que dado ao tipo particular de serviços que presta, e principalmente quanto as recomendações e cuidados que é exigido dos profissionais com sua própria saúde mental, tal história não deveria estar acontecendo.


A muito tempo atrás, a mais de vinte anos, uma psicóloga resolveu criar um sindicato para a categoria dos psicólogos do estado de Alagoas. Creio que durante muitos anos, esse foi um sindicato da psicóloga e de pouco mais de dez de seus amigos.


De tempos em tempos surgia um grupo de psicólogos querendo "tornar atuante" o inexpressivo sindicato dos psicólogos, e sempre a presidente dava um jeito de impedir os "golpistas" de se apossarem de seu lindo sindicato.


Foram muitas tentativas e sempre a presidente se saía bem. Os "golpistas" derrotados, iam se desarticulando e seu interesse em lutar pelos direitos da categoria, que parecia tão intenso, se dissolvia a cada derrota.


E a quase-eterna presidente e dona do Sindpsi, ia levando os dias cuidando com carinho de seu fofo sindicato, quando, no começo desse ano, surge um grupo mais bem articulado que os anteriores e consegue através de medidas judiciais afastar a presidente quase-eterna, implantar uma junta administrativa e convocar eleições livres e soberanas para tirar o maravilhoso sindicato de seu marasmo de quase trinta anos.


A história poderia acabar aqui, com a união dos psicólogos de Alagoas no propósito de construir um novo sindicato, que realmente fosse representativo da classe e fosse o corolário da união da categoria em torno de uma só proposta de crescimento coletivo.


Mas, não foi o que aconteceu. O grupo que pretendia criar uma "chapa única", rachou e não se sabe bem porque. O objetivo principal não era fazer o Sindpsi funcionar efetivamente como sindicato em vez de um clube da Luluzinha controlado pela zelosa presidente?


Parece que não. A vaidade, sempre a vaidade, o desejo de poder - tão criticado pelo grupo de "golpistas" vitoriosos contra a ciumenta presidente -, os interesses economicos e mesquinhos daqueles que querem viver vampirescamente das contribuições alheias e assim aumentar seus rendimentos, tudo isso, é bem maior que os pseudointeresses de lutar pela categoria.


Essa corja de oportunistas de ontem (a triste presidente e seu fofo sindicato) e de hoje (os babélicos e patéticos sindicalistas do futuro) parecem esquecer de uma coisa: que ainda existem psicólogos que não acreditam literalmente em Contos de Fada, e sabem que há uma outra história por trás, não tão bonita, mas pelo menos verdadeira.