sábado, 6 de outubro de 2012

Porque eu quero ser vereador?

Aqui em Maceió, temos aproximadamente 500 candidatos a vereador. E a pergunta que não quer calar é: porque tanta gente quer ser vereador da cidade? Bom, temos candidatos de todas as espécies, médicos, pastores, advogados, líderes comunitarios, deficientes fisicos e os folclóricos de sempre, além, claro, dos políticos profissionais (ou seus filhos).
Entre os médicos a maioria é composta por cardiologistas, obstetras e clínicos geral. A pergunta óbvia é: porque esses médicos querem ser vereadores, depois de 6 anos de faculdade e outros tantos de residência e especialização, para ganhar um salário (o oficial, declarado na folha de pagamento da Câmara Municipal) que não chegaria nem perto ao que ganha um médico em seus múltiplos empregos? Consigo vislumbrar três possíveis resposta: ou falta de vocaçao para o exercício da medicina, os baixos salários nos sistemas de saúde pública ou o simples desejo de aumentar os rendimentos em um emprego que não exige tanto da pessoa.
Quanto aos advogados parece que a questao é mesmo financeira, pois, talvez o exercício da profissao não esteja sendo tão rentável quanto o esperado (digo isso devido à grande quantidade de candidatos advogados nesse pleito). Outro agravante é o grande número de faculdades de Direito em Maceió, jogando nas ruas centenas de bacharéis ano a ano. A maioria nem consegue passar no exame da OAB, e os que conseguiram, ainda vão tentar se estabelecer ou tentar passar em concurso para promotor ou juíz, o que não é fácil, então, resta o caminho da política.
E o que dizer dos pastores? Primeiro é que se resolveram pastorear uma igreja, assumam esse compromisso integralmente. Segundo, o fato de se candidatarem, por si já demonstra falta de compromisso com sua "pseudo-vocação" pastoral. Mas, como a maioria não consegue ter o sucesso financeiro de alguns congêneres em arrecadaçao de dinheiro, por estarem em igrejas pequenas, em que os dízimos são insuficientes para o tamanho de suas ambições, o caminho da política parece mais promissor, ainda mais agora que a população evangélica quadruplicou no Brasil.
Os deficientes físicos de Maceió se apóiam (perdoem o trocadilho infame) no sucesso obtido por seus pares em outros pleitos, principalmente no finado Gerônimo da Adefal que foi Deputado Federal e em Thaís Guedes, atual Deputada Estudal e já envolvida em escândalos de irregularidade. Então, esperançosos na piedade ou pieguiçe popular, acreditam que a sua deficiência física os capacitaria a legislar no município.
Os líderes comunitários, que se acham os legítimos representantes de seus bairros, são geralmente ex-cabos eleitorais dos políticos profissionais de eleições passadas. Cansados de ajudar a eleger os outros, sonham em assumir o lugar deles e se locupletar (como seus antigos patrões) com a dinheirama fruto das maracutais do sistema.
Quanto aos folclóricos, são os mais assumidos em seu desejo de mudar de vida, de mamar nas tetas do serviço público: palhaços, "drag queens" e gaiatos de plantão, querendo apenas um lugar ao sol, ganhar bem e aproveitar as benesses decorrentes das negociatas com o erário público.
O que os une: aumentar seus rendimentos. Só isso e nada mais.
E, finalmente, quanto aos profissionais, atestamos óbvio ululante: eles também querem tão somente continuar a ganhar "seu" rico dinheirinho continuando a história de seus pais ou avós.
Ou seja, é tudo malandragem e safadeza.