sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ah O Amor! - o filme

Uma comédia romântica italiana simplesmente maravilhosa!
São seis histórias de amor, que começam como todas as histórias de amor e terminam (algumas) como muitas.
Os questionamentos são vários: o casamento destrói a paixão? Amores antigos são apagados para sempre? A distância e as oportunidades de novos encontros terminam relacionamentos? A crise da meia-idade, o desejo de rejuvenescer com novas conquistas põe fim ao sentimento? A morte do objeto amado ou ex-amado é capaz de sepultar o amor?
Se, como pontuava Lacan, amar é dar o que não se tem, vemos nessa comédia o trágico e o cômico das tentativas de se fazer os ouriços se abraçarem, sabendo sempre que, apesar de tudo, alguns ouriços se encaixam numa distância suportável.
E toda trama se passa entre o Natal e o dia dos namorados, o que para nós é bem emblemático: Natal é simbolicamente o nascimento do filho de Deus - que na teologia do apóstolo João é definido como Amor - e o dia dos namorados, que na Europa está relacionado ao dia de São Valentim, que na Idade Média, contrariando o decreto do imperador Cláudio II, casou-se e continuou celebrando casamentos.
O Bispo Valentim foi preso e condenado a morte. Enquanto esperava o cumprimento da sentença, recebia na prisão inúmeros cartões e flores de amantes que se diziam crentes na força do amor. Ainda na prisão ele se apaixona por uma moça cega, filha de um carcereiro, e despede-se dela no dia de sua execução com uma mensagem em que assina: "seu namorado".
Finalizamos com as palavras do pai da Psicánalise: "Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada"

UMA DOCE MENTIRA

Esse filme mostra como uma série de mal-entendidos pode chegar a gerar alguma compreensão. Ao tentar ajudar sua mãe a sair da depressão moderada em que se encontra depois de haver sido abandonada pelo marido, e ser "trocada" por uma mulher 20 anos mais jovem, Emilie envia à mãe uma carta anônima de amor que acabara de receber de Jean, seu tímido empregado "faz-tudo" do salão de beleza em que é sócia.
A carta traz Marty de volta à vida, e ela passa a esperar ansiosa uma nova cartinha. Isso transforma a relação mãe-filha, que não era das melhores. E, como uma mentira leva a outras mentiras, a trama se desenvolve em volta do quinteto: Emilie, a Mentira, Marty, Jean e o Amor.
O Amor parece prevalecer, mas não sem mostrar sua indissociável relação com a Mentira, que para Freud é só a Verdade de cabeça pra baixo.

Ficha Técnica

Diretor: Pierre Salvadori.
Elenco: Audrey Tautou, Nathalie Baye, Sami Bouajila, Stephanie Lagarde, Judith Chemla.
Ano: 2010. País: França.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ah O Amor!

O amor é coisa simples,
Mas complicada na história dos amantes
Pois cada amante ama aquilo que pode estar distante
do que espera o amado
e a reciprocidade do amor
explode em diferenças
E amar se pode transmutar em dor
Agonia, ardor e paixão
e no final tremenda indiferença.