sábado, 29 de dezembro de 2018

João de Deus e o curandeirismo brasileiro

Depois do escândalo provocado pelas agressões sexuais a mais de 300 mulheres feitas pelo curandeiro João de Deus, talvez se abra de uma vez a discussão sobre a imbecilidade do povo que acredita nessas baboseiras de curas espirituais. Acho até que deveria ter havido antes, desde quando o curandeiro procurou ajuda para tratar de seus problemas de saúde no hospital Sírio Libanês, já que se ele é capaz de curar as pessoas, porquê não curar a si mesmo? Mas os crentes são firmes em justificar suas crenças e inventam mil razões para justificar tal fato.
Sejamos claros: NÃO EXISTEM CURAS ESPIRITUAIS. Existem doenças psicossomáticas e doenças que de forma inexplicável (ainda) regridem e até desaparecem; e não é porque ainda não há explicação científica que devemos acreditar que deve existir uma explicação espiritual, pois, sabemos que antes de haver explicação científica muitas doenças eram tidas na antiguidade como possessão demoníaca. Quantas histéricas foram queimadas nas fogueiras da inquisição?
Qual a diferença que existe entre João de Deus (espírita) e R.R. Soares ou Valdemiro Santiago (evangélicos)? Apenas o fato de que o curandeiro espírita é também predador sexual; o resto é a mesma coisa: são bandidos interessados em DINHEIRO, enganando o povo para viver nababescamente da fé alheia, e aí podemos incluir Edir Macedo, Silas Malafaia e tantos outros. Mas, quando eles ou seus familiares adoecem, correm feito loucos para os hospitais mais caros do país. Por quê não se curam a si mesmos em nome de Jesus ou de seus Orixás? A resposta é simples: porquê não conseguem, não é possível, não há cura espiritual.
Mas a burrice, a credulidade, a esperança de que os deuses e deusas estejam a seu favor são maiores que as evidências. João de Deus vai aos médicos quando está doente, Valdemiro e Malafaia também, e, só vão por uma única razão: eles não creem no que pregam e só pregam para pegar o dinheiro dos incautos. Se você tem dúvidas se pergunte porquê Deus curou a pessoa A e não curou a pessoa B no mesmo hospital e com a mesma crença? Porque só lhe contam os milagres e não os fracassos de tantos doentes que morrem em nossos hospitais que tiveram o mesmo tipo de oração? Porque existem hospitais se as orações e curas espirituais existem e funcionam? Ninguém vai responder a essas perguntas de forma séria se acreditar nessas baboseiras. NÃO EXISTEM CURAS ESPIRITUAIS.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Besteirol Politicamente Correto

A "novilíngua" do romance de Orwell tomou corpo em nosso país sob o manto de frases politicamente corretas que visam "combater" o racismo, o machismo e outras pautas elencadas por esses malucos e malucas de plantão. Recentemente recebi via WhatsApp um lembrete para evitar frases "racistas", aí vai a primeira:
1. Não devemos dizer: A COISA ESTÁ PRETA, mas "A situação está difícil" e assim combatemos o racismo na linguagem cotidiana.
Vejamos. Quem em sã consciência fala isso imaginando que se a situação ou a coisa está ruim ou difícil, deve-se, entre outras razões a alguma semelhança com indivíduos que possuem a pele escura? Creio que ninguém, nem o mais declarado racista da terra fala essa frase com essa ideia na cabeça.
Se a coisa está preta é porquê está escura, não se enxerga uma saída, não se vê nada no escuro e o escuro é preto; isso é óbvio, tá preta porque não vejo nada, não enxergo uma solução e isso nada tem a ver com pessoas mas tão somente com o sentido da visão. Mas, a burrice politicamente correta não consegue ou não quer ver assim. O oposto dessa frase seria: "As coisas agora estão claras" e não "Brancas", mostrando que se trata de "Claridade" em oposição a "Escuridão" e nada tem a ver com questões raciais.
2. Nunca diga "ELA É UMA NEGRA LINDA", mas "Ela é uma mulher linda".
Mais uma idiotice sem tamanho da patrulha da novilíngua, já que existem mulheres lindas e feias de todas as cores, ou porventura não dizemos: "Que loira linda"? "Que ruiva sensacional"? "Que japa bonita"?
E dizemos assim porque existem mulheres (e homens) lindas e feias, sejam brancas, negras, loiras, ruivas, asiáticas, pardas ou indígenas; somos todos pessoas, seres humanos e assim existimos bonitos ou feios, gordos ou magros, segundo o crivo de cada cultura.
Aqui no Nordeste do país não tivemos uma relação tão direta com a "raça branca" como no Sul e Sudeste já que a imigração europeia foi bem menor em nossos estados, e para nós, acostumados desde sempre com nossa mestiçagem, a novilíngua politicamente correta faz menos sentido ainda, o que me leva a suspeitar que o racismo aparece justamente do lado daqueles que se "propõem" a combate-lo.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Viver com medo é ser escravo.

O medo é paralisante, impede de caminhar e limita a vida. A Psicologia desde o início do século XX tentou explicar esse comportamento: seria aprendido ou hereditário? O que nos transforma em seres medrosos?
Para Freud o protótipo de todos os medos é o medo da morte, que por não se inscrever corretamente em nossa mente inconsciente, aparece na nossa consciência como medo do sofrimento, da castração simbólica. O medo da morte remete ao medo do desconhecido, tememos aquilo que não conhecemos e criamos estratégias para lidar com ele. Desse medo do desconhecido nasceram as religiões e os deuses e demônios, fadas e elfos, gnomos e monstros.
Em 1920 na Universidade Johns Hopkins, o psicólogo behaviorista John Watson e sua orientanda Rosalie Rayner realizaram um experimento que ficou famoso, "O pequeno Albert", para provar que o medo pode ser um comportamento aprendido (existem vários vídeos e textos na internet).
Hoje em dia vivemos basicamente com medo, que aliás está na base de alguns transtornos psicológicos, tais como o transtorno de ansiedade (medo do que poderá acontecer), das fobias (medo de um determinado objeto ou situação) e até das depressões. Medo da violência urbana, tão comum nas grandes cidades brasileiras e o medo do futuro sempre incerto numa sociedade que não oferece garantias aos cidadãos, salários baixos, desemprego, corrupção galopante.
O guru já falecido e bastante controvertido por suas práticas, Osho, em um de seus livros afirma que "A sua vida começa quando seu medo acaba", porque viver com medo é ser escravo, escravo de nosso desejo de onisciência e onipotência.