sábado, 29 de dezembro de 2018

João de Deus e o curandeirismo brasileiro

Depois do escândalo provocado pelas agressões sexuais a mais de 300 mulheres feitas pelo curandeiro João de Deus, talvez se abra de uma vez a discussão sobre a imbecilidade do povo que acredita nessas baboseiras de curas espirituais. Acho até que deveria ter havido antes, desde quando o curandeiro procurou ajuda para tratar de seus problemas de saúde no hospital Sírio Libanês, já que se ele é capaz de curar as pessoas, porquê não curar a si mesmo? Mas os crentes são firmes em justificar suas crenças e inventam mil razões para justificar tal fato.
Sejamos claros: NÃO EXISTEM CURAS ESPIRITUAIS. Existem doenças psicossomáticas e doenças que de forma inexplicável (ainda) regridem e até desaparecem; e não é porque ainda não há explicação científica que devemos acreditar que deve existir uma explicação espiritual, pois, sabemos que antes de haver explicação científica muitas doenças eram tidas na antiguidade como possessão demoníaca. Quantas histéricas foram queimadas nas fogueiras da inquisição?
Qual a diferença que existe entre João de Deus (espírita) e R.R. Soares ou Valdemiro Santiago (evangélicos)? Apenas o fato de que o curandeiro espírita é também predador sexual; o resto é a mesma coisa: são bandidos interessados em DINHEIRO, enganando o povo para viver nababescamente da fé alheia, e aí podemos incluir Edir Macedo, Silas Malafaia e tantos outros. Mas, quando eles ou seus familiares adoecem, correm feito loucos para os hospitais mais caros do país. Por quê não se curam a si mesmos em nome de Jesus ou de seus Orixás? A resposta é simples: porquê não conseguem, não é possível, não há cura espiritual.
Mas a burrice, a credulidade, a esperança de que os deuses e deusas estejam a seu favor são maiores que as evidências. João de Deus vai aos médicos quando está doente, Valdemiro e Malafaia também, e, só vão por uma única razão: eles não creem no que pregam e só pregam para pegar o dinheiro dos incautos. Se você tem dúvidas se pergunte porquê Deus curou a pessoa A e não curou a pessoa B no mesmo hospital e com a mesma crença? Porque só lhe contam os milagres e não os fracassos de tantos doentes que morrem em nossos hospitais que tiveram o mesmo tipo de oração? Porque existem hospitais se as orações e curas espirituais existem e funcionam? Ninguém vai responder a essas perguntas de forma séria se acreditar nessas baboseiras. NÃO EXISTEM CURAS ESPIRITUAIS.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Besteirol Politicamente Correto

A "novilíngua" do romance de Orwell tomou corpo em nosso país sob o manto de frases politicamente corretas que visam "combater" o racismo, o machismo e outras pautas elencadas por esses malucos e malucas de plantão. Recentemente recebi via WhatsApp um lembrete para evitar frases "racistas", aí vai a primeira:
1. Não devemos dizer: A COISA ESTÁ PRETA, mas "A situação está difícil" e assim combatemos o racismo na linguagem cotidiana.
Vejamos. Quem em sã consciência fala isso imaginando que se a situação ou a coisa está ruim ou difícil, deve-se, entre outras razões a alguma semelhança com indivíduos que possuem a pele escura? Creio que ninguém, nem o mais declarado racista da terra fala essa frase com essa ideia na cabeça.
Se a coisa está preta é porquê está escura, não se enxerga uma saída, não se vê nada no escuro e o escuro é preto; isso é óbvio, tá preta porque não vejo nada, não enxergo uma solução e isso nada tem a ver com pessoas mas tão somente com o sentido da visão. Mas, a burrice politicamente correta não consegue ou não quer ver assim. O oposto dessa frase seria: "As coisas agora estão claras" e não "Brancas", mostrando que se trata de "Claridade" em oposição a "Escuridão" e nada tem a ver com questões raciais.
2. Nunca diga "ELA É UMA NEGRA LINDA", mas "Ela é uma mulher linda".
Mais uma idiotice sem tamanho da patrulha da novilíngua, já que existem mulheres lindas e feias de todas as cores, ou porventura não dizemos: "Que loira linda"? "Que ruiva sensacional"? "Que japa bonita"?
E dizemos assim porque existem mulheres (e homens) lindas e feias, sejam brancas, negras, loiras, ruivas, asiáticas, pardas ou indígenas; somos todos pessoas, seres humanos e assim existimos bonitos ou feios, gordos ou magros, segundo o crivo de cada cultura.
Aqui no Nordeste do país não tivemos uma relação tão direta com a "raça branca" como no Sul e Sudeste já que a imigração europeia foi bem menor em nossos estados, e para nós, acostumados desde sempre com nossa mestiçagem, a novilíngua politicamente correta faz menos sentido ainda, o que me leva a suspeitar que o racismo aparece justamente do lado daqueles que se "propõem" a combate-lo.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Viver com medo é ser escravo.

O medo é paralisante, impede de caminhar e limita a vida. A Psicologia desde o início do século XX tentou explicar esse comportamento: seria aprendido ou hereditário? O que nos transforma em seres medrosos?
Para Freud o protótipo de todos os medos é o medo da morte, que por não se inscrever corretamente em nossa mente inconsciente, aparece na nossa consciência como medo do sofrimento, da castração simbólica. O medo da morte remete ao medo do desconhecido, tememos aquilo que não conhecemos e criamos estratégias para lidar com ele. Desse medo do desconhecido nasceram as religiões e os deuses e demônios, fadas e elfos, gnomos e monstros.
Em 1920 na Universidade Johns Hopkins, o psicólogo behaviorista John Watson e sua orientanda Rosalie Rayner realizaram um experimento que ficou famoso, "O pequeno Albert", para provar que o medo pode ser um comportamento aprendido (existem vários vídeos e textos na internet).
Hoje em dia vivemos basicamente com medo, que aliás está na base de alguns transtornos psicológicos, tais como o transtorno de ansiedade (medo do que poderá acontecer), das fobias (medo de um determinado objeto ou situação) e até das depressões. Medo da violência urbana, tão comum nas grandes cidades brasileiras e o medo do futuro sempre incerto numa sociedade que não oferece garantias aos cidadãos, salários baixos, desemprego, corrupção galopante.
O guru já falecido e bastante controvertido por suas práticas, Osho, em um de seus livros afirma que "A sua vida começa quando seu medo acaba", porque viver com medo é ser escravo, escravo de nosso desejo de onisciência e onipotência.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

KOSNTANTINOS KAVÁFIS

Á ESPERA DOS BÁRBAROS 
(tradução de José Paulo Paes)

O que esperamos na ágora reunidos?
É que os bárbaros chegam hoje.
Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?
É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.
Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?
É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.
Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?
É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.
Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?
É que os bárbaros chegam hoje
e aborrecem arengas, eloquências.
Por que subitamente esta inquietude?
(Que seriedade nas fisionomias!)
Por que tão rápido as ruas se esvaziam
e todos voltam para casa preocupados?
Porque é já noite, os bárbaros não vêm
e gente recém-chegada das fronteiras
diz que não há mais bárbaros.
Sem bárbaros o que será de nós?
Ah! eles eram uma solução.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Ainda as eleições...

Ainda sobre as eleições desse ano, a pergunta que não para de ser feita por aquelas pessoas mais sensíveis e avessas a violência é: como alguém pode votar - e até exaltar como "salvador da pátria" - em um candidato que afirma defender a tortura, a ditadura militar e ser fã declarado de um dos maiores torturadores e estupradores do antigo regime ditatorial o famigerado Brilhante Ustra? E o que é mais grave, com o apoio quase que maciço dos cristãos brasileiros (católicos e evangélicos), que deveriam estar horrorizados com as falas e atitudes desse candidato, já que ferem diretamente os preceitos evangélicos de tolerância e não violência pregados por Jesus.
A resposta parecia ser muito complexa, só parecia, mas basta lembrar de uma coisa só e tudo se esclarece: estamos no Brasil - a terra das contradições que não se contradizem. Como já falou um antigo cantor, compositor e cronista por tabela, o grande Tim Maia, o nosso país é o único lugar do mundo em que traficante se vicia em drogas, prostituta se apaixona, cafetão tem ciúmes e pobre é de direita. Logo, cristão apoiar tiete de torturador é muito normal, aliás, os cristãos brasileiros customizaram a Bíblia para atender seus anseios de tal forma que institucionalizou-se um vale-tudo muito louco, a começar pelos seus pastores e líderes em sua maioria ladrões, estelionatários e golpistas, que apregoam uma moral que estão longe de cumprir.
Pensei inicialmente que o povo apoiava o Bolsonaro e sua plataforma neo-fascista por medo de mais um governo desastrado do PT, acho que isso até conta para uma minoria, mas para a maioria dos eleitores dele eu vejo é identificação mesmo com sua pseudo-moralidade cristã: "Deus acima de todos e o Brasil acima de tudo", um slogan burro e oportunista para seduzir oportunistas burros. O discurso de ódio aos gays, aos direitos humanos, à emancipação feminina e às políticas públicas assistencialistas caíram como uma luva na mão de seus apoiadores, que sim, são tão preconceituosos, racistas e misóginos quanto ele - infelizmente a maioria da população pensa dessa forma.
Já ouvi apoiadores dele afirmar que votam porque ele é honesto e contra a corrupção: onde já se viu um sujeito que usa verba de gabinete para sustentar funcionário fantasma e usa o auxílio-moradia tendo casa própria ser honesto? Isso vale também para o famoso juiz da operação lava-jato Sérgio Moro, que posa de bom moço quando na realidade faz o mesmo, tão safado, corrupto e amoral quanto aqueles que julgou e mandou prender. Logo, deduzimos que não é por causa da honestidade que se vota nele, assim como não é pela idoneidade do juiz que se apoia a lava-jato, outros fatores devem existir para justificar tal fato.
O psicanalista italiano radicado no Brasil Contardo Calligaris, em seu livro "Hello, Brasil" cujo subtítulo é bem esclarecedor, "Psicanálise da estranha civilização brasileira", nos adverte para a tresloucada confusão entre o Pai que interdita (a ordem, a Lei, a verdadeira função paterna) e o Pai que não só autoriza mas até facilita o acesso ao gozo que deveria ser proibido, que permeia nossa relação com a coisa pública e com o nosso semelhante. Vivemos no império da não-lei, ou melhor, no império do "Jeitinho", logo, vale tudo: bandidos santarrões de direita e de esquerda com a graça de Deus, que aliás é brasileiro (apesar de ateu eu não tenho dúvida disso).
A palavra chave para os que não são devotos assumidos de algum candidato tomar partido nessa disputa entre o PT da "corrupção" e o fascista Bolsonaro é "Denegação"; deve-se acima de tudo não ver os defeitos de seu candidato ou partido, deve-se não escutar seus discursos cheios de ódio ou sua cara-de-pau ao afirmar que antes vivíamos num paraíso, deve-se idiotizar à direita ou à esquerda e então votar no dia 28 esquecendo-se que, ganhe quem ganhar quem perde é o Brasil. Mas é disso que o povo gosta.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018

Pois é, não podia ter sido diferente o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais - deu Bolsonaro com ampla vantagem sobre o segundo colocado. Algumas surpresas, ao menos para mim, como ver Marina Silva (que teve mais ou menos 20 milhões de votos na eleição passada) ser superada pelo aloprado Cabo Daciolo e sua pregação neo pentecostal, e Ciro Gomes mesmo afastado dos holofotes de Brasília desbancar nomes consagrados no sudeste como Geraldo Alckmin, que aliás, foi a grande decepção dessa eleição, talvez a pá de cal que faltava para selar o sepultamento do PSDB.
No âmbito geral o candidato Jair Bolsonaro foi o grande vencedor, seu partido nanico cresceu como nunca visto, elegeu candidatos desconhecidos para a câmara federal, estadual, senado e até para os governos estaduais, mostrando que apoiar o discurso "linha dura" do capitão tiete de torturador foi a senha para levar à Brasília uma massa de deputados que não teriam muita coisa em comum senão a vinculação ao discurso "autoritário" do líder: de apresentadores de TV a ator de filmes pornô tem de tudo nesse verdadeiro balaio de gato.
É um fenômeno mesmo. A disputa ficou bem polarizada nesse segundo turno, e é aí que a porca torce o rabo: como escolher entre um discurso mais à direita de um candidato aloprado, inexperiente e não muito dado a atividades intelectuais de um lado, e, o discurso anacrônico da esquerda desmoralizada por inúmeros escândalos de corrupção e aliada ao que de pior existe na política internacional (Venezuela, Cuba, Bolívia)?
Eu já fiz minha escolha: vou ficar em casa.

domingo, 9 de setembro de 2018

Bolsonaro 2

Ainda refletindo sobre o atentado ao candidato Jair Bolsonaro. Hoje vi umas fotos do candidato fazendo o gesto com as mãos que imitam revólveres... Pensei: esse Bolsonaro é muito louco mesmo, pois, será que ele não percebeu que se o agressor estivesse com um revólver o desfecho poderia ter sido muito mais grave? Acho que não né.
Devemos tirar ensinamentos de todos os acontecimentos em nossa vida, tudo que nos acontece trás possibilidades de reflexões, e, pensei que para o candidato líder das pesquisas, uma dessas lições ou aprendizados pudesse se referir à sua posição sobre o porte de armas.
Mas, um ponto positivo que o tresloucado agressor esquerdista não previu é que o atentado favoreceu a candidatura dele; se o partido for esperto vai colher os frutos. Os adversários não se sentirão confortáveis batendo num homem ferido, a mídia aumentou a visibilidade dele, e, a famosa identificação com o sofredor, com o mais fraco vão alavancar de vez Bolsonaro à presidência da República.
Não era meu candidato mas vai acabar sendo meu presidente. Desejo-lhe melhoras e que faça um bom governo,

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Bolsonaro esfaqueado

Não voto nele, não comungo com noventa por cento de suas ideias mas jamais lhe desejei mal algum, ainda mais dessa forma, um atentado covarde e vil; fiquei estarrecido ao saber do fato, em um grupo de WhatsApp, 
Antes que queiram diagnosticar o agressor como "louco", que ele não é, podemos apenas afirmar com alto grau de certeza que ele defende uma ideologia de esquerda, violenta e intolerante como reza a cartilha de seus camaradas russos e cubanos. Só um esquerdista fanático atacaria aquele que representa o que há de pior na direita brasileira, o "mito", o mais novo salvador da pátria e líder em todas as pesquisas de intenção de votos.
E antes de querer responsabilizar a vítima, dizer que Bolsonaro é culpado, pois ele incita o comportamento violento, defende torturadores etc, é a mesma coisa que responsabilizar uma jovem por ter sido estuprada por não estar vestida da forma "correta". Bolsonaro foi vítima de um sujeito desequilibrado mas consciente o suficiente para ser responsabilizado pelo ocorrido.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Reflexões Abusadas sobre o país da piada pronta

1. Como não poderia ser diferente, a seleção brasileira de futebol foi eliminada do mundial. Observe que não digo: "O Brasil perdeu a copa". O Brasil vive perdendo desde a chegada dos portugueses em 1500 até os dias de hoje; e, em qualquer ranking sério, sabemos de antemão que vamos ocupar as últimas colocações, tais como em educação básica, respeito às leis, saúde pública, ensino superior etc. Somos sim campeões em malandragem, na vida cotidiana, na política e também no futebol, de Nilton Santos a Neymar. Só que isso não nos ajuda em nada e malandramente vamos cavando mais fundo nosso buraco.

2. Na música vivemos um verdadeiro momento apocalíptico: gostaria de saber quais foram os idiotas que fizeram parte da comissão julgadora que elegeu o tal do "funk" das favelas cariocas como representante da música brasileira e um tétrico travesti como melhor cantor do ano passado!! Aquilo não é música, é o mau-gosto do mau-gosto, dá ânsia de vômitos ouvir o tal travesti horroroso esgoelar-se para proferir um monte de merda, literalmente cagando pela boca, e ter ainda algum idiota - crítico musical, não a juventude que curte esse som, pois a maioria da juventude gosta de merda mesmo e é até normal que gostem - a chamar aquilo de música. E os tais "MC's", analfabetos funcionais a repetir refrãos ofensivos e burros? O que dizer? Só nos resta lamentar e perguntar como fez Rita Lee a uns trinta anos passados: "O que foi que aconteceu com a música popular brasileira?"; se a rainha do rock nacional achou que não podia ficar pior quebrou a cara, ficou muito pior. Funk de favela, sertanejo universitário, rap e hip hop nacionais são realmente a prova de que a maioria do povo brasileiro gosta mesmo é de bosta. Saudades da Bossa Nova, do rock brasileiro dos anos 80/90, da boa música regional nordestina, do samba e do chorinho... Somos bons nisso.

sábado, 23 de junho de 2018

Sobre a Copa do Mundo de Futebol e Conselhos para Neymar

Minha análise sobre a campanha da seleção brasileira nesse mundial não é muito diferente daquilo que pensei na copa passada aqui no Brasil. O componente emocional parece o mesmo: uma espécie de desespero, de afobação que certamente tem contribuído para o desempenho tímido nos últimos dois jogos, um empate no primeiro jogo contra a Suíça e uma vitória nos acréscimos contra a Costa Rica.
Nervosismo demais e futebol de menos. Em 2014 era chororô, dramaticidade e malandragem até o vexame contra a Alemanha. Em 2018 também em apenas dois jogos. O craque do time começou o mundial mais preocupado em mostrar a exuberante cabeleira loira e cavar faltas que jogar o seu futebol de qualidade que sempre apresentou nos clubes em que joga; aliás, se Neymar fizesse análise seria o melhor do mundo, pois seu rival mais próximo na categoria parece estar perdendo o juízo também. E, ele sabe lidar muito bem com a bola nos pés, mas é um fracasso quando se trata de inteligência emocional.
Assim como Messi, Neymar não tem jogado bem, mesmo tendo feito um gol no último jogo; entretanto, ao ver o todo da última partida - em que esteve bem melhor que na primeira - ele continua insistindo no esquema de cair para cavar faltas, é o velho Neymar cai-cai, desonesto e malandro de quinta categoria, coisa que não era comum nos craques do passado, não víamos Pelé, Zico, Falcão, Romário e os dois Ronaldos preocupados com isso. E é bom lembrar que os jogadores brasileiros não são os melhores exemplos de ética na quatro linhas.
E mais, o craque do time além de jogar quer apitar o jogo... Isso é o fim da picada. Com toda certeza os problemas psicológicos do nosso principal jogador pode contaminar o resto da equipe, além de prejudica-la é claro, pois, já levou um cartão amarelo e pode desfalcar a equipe sim, e aí? Teremos um outro 7 a 1?
O maior problema ao meu ver é a forma como a CBF (e parte da imprensa) encara o mundial, ou seja, como sendo algo mais que uma simples competição de futebol, até parece que o mundo será diferente se ganharmos o título, e todos estamos carecas de saber que isso não muda nada, como não mudou em 58, 62, 70, 94 e 2002. Nada muda com o título de campeão, a não ser o uso sociopolítico que se faz desse evento pelos vários governos das mais variadas cores. Então, parece ser a "cultura" que se criou em volta do evento futebol, transformado ao longo dos tempos em fenômeno internacional de consumo, que transforma a vida de inúmeras pessoas, a começar com a vida dos próprios jogadores que sonham desde a escolinha de futebol com a fama, riqueza e sucesso de seus ídolos.
Conselho para Neymar (Cristiano já aprendeu), saia da menoridade e assuma a maioridade... pare de agir como se fosse um adolescente e assuma seu lugar de homem adulto! Não é conselho só pra nosso craque, é pro time inteiro, pra toda comissão técnica, pra mim e pra todo mundo.  


domingo, 20 de maio de 2018

�� Deus é cruel, invejoso e insuportável - José Saramago

Viagem ao Peru - Machu Pichu

O que dizer de Machu Pichu? Que é de uma beleza especial seria pouco, mas, vamos conversar de como chegar a Machu Pichu e a diferença das narrativas sobre o percurso que se pode obter no YouTube.
Nos vídeos que assisti vi sempre uma insistência com relação aos ônibus que saem de Águas Calientes para a cidadela de Machu Pichu, e, até sobre o trem que sai de Ollantaytambo sempre apontando dificuldades. Nossa experiência foi diferente das narrativas ouvidas; o trem é pontual e os ônibus que vão à cidadela são inúmeros, saem a cada 30 minutos.
Vamos ver as fotos que é melhor. Em sequencia:


Na primeira foto vemos o trem que sai de Ollantaytambo pontualmente as 8h30 e percorre um caminho lindo às margens de um rio e ladeado pelas montanhas majestosas da Cordilheira dos Andes de um lado e outro grupo de montanhas do outro, passando vez por outras por ruínas de assentamentos incas e postos de observação. O trem é muito confortável, com serviço de bordo e janelas panorâmicas (inclusive no teto; depois de uma hora e meia, mais ou menos, chegamos a Aguas Calientes (na foto está a estátua de Pachacutec na praça central) cidade encravada entre montanhas e porta de entrada para Machu Pichu. O movimento é intenso, centenas de turistas embarcando nos ônibus que levam de 20 a 30 minutos para subir a montanha por um caminho estreito e sinuoso, mas de uma beleza indescritível e então, chegamos. A entrada do parque é uma confusão só devido ao grande número de pessoas, mas, tudo vai se organizando, e em fila vamos subindo por um caminho estreito de pedras até perder o folego duas vezes: devido a altitude e depois devido a beleza da cidadela de Machu Pichu... Um dos lugares mais belos do mundo.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Viagem ao Peru: Lima

Arequipa
SEG 26/03/2018

Saímos de casa as 23h rumo Aeroporto Zumbi dos Palmares, lá encontramos na mesma fila de embarque um amigo ciclista, que estava indo à Lima visitar um filho que lá reside. Lá pelas duas e meia da madrugada embarcamos com destino a São Paulo.

TER 27/03/2018

interior do avião
O voo enfrentou nuvens carregadas e o resultado foram as insuportáveis turbulências que pareciam não ter fim. Chegamos as seis da manhã em São Paulo, após um rápido café e uma peregrinação pelos corredores do aeroporto conseguimos embarcar as 7:40, e grande foi a surpresa quando descobrimos que nossos assentos ficavam na primeira classe, com atendimento impecável, conforto e tudo mais. Durante o voo pude assistir a um filme que havia "perdido" nos cinemas, "Guerra dos Sexos", além de desfrutar por um bom tempo a belíssima paisagem da região deserta de Arequipa com suas montanhas nuas de vegetação e neve no cimo dos montes.
Chegamos em Lima perto das 13h, no Peru 11h, depois de um pequeno contratempo com a empresa que faria o traslado para o hotel finalmente chegamos ao hotel Hilton Miraflores. Depois de um bom banho fomos conhecer o famoso shopping Larcomar, que além de ficar à beira-mar tem boa parte de sua praça de alimentação a céu aberto, muito bonito. Após uma pizza com o refrigerante local "Inka Cola", muito bom por sinal, voltamos ao hotel e daí foi só desmaiar na cama de sono e cansaço.

QUA 28/03/2018

Acordamos cedo, tomamos nosso esquisito (em português mesmo) café da manhã e fomos conhecer o Centro Histórico de Lima com seus casarões do período colonial e imensas igrejas e parques. Visitamos várias igrejas, umas quase vizinhas as outras, mas todas luxuosas e com rico acervo artístico do século XVII e XVIII, uma beleza. No convento dos franciscanos, transformado em museu, também pudemos apreciar toda beleza da arte sacra produzida no período de dominação espanhola, mas não só isso, o auge do passeio é a visita as "Catacumbas" numa espécie de porão onde jazem milhares de ossos humanos.
Fomos conhecer o mercado de artesanato, comprar lembranças para os que ficaram e pra gente também, além de me divertir bastante com as tentativas desastrosas de minha parceira ao tentar pechinchar (ela viu na internet que tem que fazer isso): "No, no, no, no, no... quiero pagar 14 soles, si".


Almoçamos num restaurante que servia os pratos típicos do Peru, ainda bem que não pedi nada além das batatas fritas e cerveja, pois o almoço não parecia muito convidativo, e não achei isso sozinho. Chamamos um Uber para voltar ao hotel e assim como percebemos na vinda ao centro com o outro motorista, as leis de trânsito não são muito respeitadas por aqui, a maioria dos motoristas dirige de forma louca em que as "fechadas", "buzinadas" e "mudanças bruscas de faixa" parecem ser uma instituição nacional apesar do bom policiamento das vias principais.
No fim da tarde fomos conhecer as joalherias de Lima e suas peças de prata, mineral abundante na região. No caminho entramos em um supermercado e pela primeira vez vi o "milho de grãos pretos", uma anomalia para nós que só tínhamos visto até então os da espécie amarela. Jantamos numa pizzaria simpática que tocava Rita Lee e voltamos pro hotel, pois, amanhã teríamos que viajar para Cusco.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Marielle Franco - Luiz Felipe Pondé



UM PONTO DE VISTA QUE VAI DE ENCONTRO AO ESTABELECIDO. . .


quarta-feira, 14 de março de 2018

STEPHEN HAWKING

Morreu nesta quarta-feira, aos 76 anos, o cientista britânico que tornou a física mais acessível, ainda que nem tanto, para um grande público. Hawking, que vinha lutando com as dificuldades advindas da ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) desde os 21 anos de idade, sempre enfrentou com coragem e bom-humor sua condição, recusando-se à vitimização ou a inércia tão comuns aos simples mortais.

Sua obra em português:

"Eu acredito que a explicação mais simples é: não existe Deus. Ninguém criou o universo e ninguém dirige nossos destinos. Isso me leva ao profundo entendimento de que provavelmente não existe céu e nem vida após a morte. Temos apenas esta vida para apreciar o grande projeto do Universo, e sou muito grato por isso."

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Meu amigo psicótico

Tenho um amigo dos tempos de faculdade que apesar de não nos encontrarmos já a bastante tempo, nos comunicamos pelas redes sociais, principalmente o WhatsApp, já que não gosto do facebook, sou daqueles que leem as postagens mais não comentam. Pois bem, em nossa juventude ele fora um bom aluno, um ativista em todos os sentidos sem ser militante de partido de esquerda, um cara criativo e com ideias um tanto "loucas" mas nada que as pessoas o identificassem como um louco. Queria mudar o mundo como a maioria dos jovens do início da década de 1980 e viajava como muitos no universo da New Age, na teoria reichiana, em Gaiarsa, Roberto Freire e Jung, mistura eclética mas bem normal para a época. Era um bom sujeito, e creio que continua a sê-lo ainda hoje apesar de tudo.
Fiquei surpreso ao saber tempos depois de formados que ele havia abandonado a prática da Psicologia e passara a se dedicar à política partidária; era o tempo de surgimento dos movimentos ecologistas e ele encontrou nessa prática o seu novo cavalo de batalha: o Partido Verde de Gabeira. Ao lado disso, fruto talvez de uma bem sucedida incursão no mundo das artes, pois, participara como ator de uma peça que venceu o festival nacional de teatro amador, resolveu virar cineasta e a produzir filmes e dar cursos de interpretação, o que faz até hoje; e largou de vez a psicologia e começou a cursar Direito. Sim, o Direito, carreira que seu pai exerceu com certo destaque em terras alagoanas. Talvez fosse uma maneira de descobrir a "Lei do Pai" que nas mentes psicóticas não se inscreve senão como uma falta ou arranjo mal feito, não sei se esse é o caso, só sei que ninguém estranhou em nosso círculo de amizades, isso de se reinventar era bem a cara dele.
Muitos anos se passaram sem termos contato algum até o surgimento do WhatsApp e a possibilidade de se criar grupos de troca de mensagens. Alguém criou o grupo de Psicólogos 1984 e daí o contato foi retomado com grande alegria e compartilhamento de fotos, pensamentos e promessas de encontro, que aconteceram realmente, e tudo foi muito bom, todos aqueles adolescentes dos anos 80 agora já na meia idade voltando a se falar e lembrar dos tempos bons vividos em sala de aula; até a campanha presidencial que dividiu o país em petralhas e coxinhas, esquerda contra direita, Dilma versus Aécio.
Em nosso grupo tinha gente defendendo os dois lados e a maioria - éramos quarenta - silenciosa, que só acompanha os debates. Do lado da esquerda haviam seis amigos que postavam sempre e do lado da direita apenas três, eu, ele e uma amiga não tão chegada. Perdemos as eleições, muito bate boca até vir o processo de impeachment, acirramento da Lava-jato e aí o bicho pegou de vez.
Meu amigo saiu do grupo e rompeu relações com todos os que não concordaram com suas posições, voltou a ser ativista da causa da direita alucinada do país e tem como seu maior herói o psicopata Jair Bolsonaro. Não acredita que houve ditadura militar, acha que os comunistas estão tomando conta do país e clama para que todos se unam para salvar a pátria e a religião. Pirou de vez meu amigo. Outro de nossos amigos que nunca se manifestou nas redes, ao saber das posições atuais dele, resumiu assim: vocês estão esperando sanidade da pessoa errada.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

" Fique Com Alguém Que Te Ama"



Desconheço a autoria do texto, mas é um dos melhores textos para explicar e descomplicar as coisas simples dos relacionamentos amorosos. Se uma pessoa que diz amar outra pessoa e não tem "coragem" de assumir publicamente esse relacionamento, isso não é amor, é pura enrolação, simples assim. Isso deveria ser ensinado em casa, nas escolas, desde cedo, evitaria muito autoengano.

SENTIMENTALISMO E TEORIA EDUCACIONAL ROMÂNTICA

Uma das pragas do século XXI é o sentimentalismo exagerado que vemos em nossa sociedade nos dias hoje, mas que antigamente (vinte ou trinta anos passados). Essas manifestações tresloucadas de sentimento exacerbado podem ser vistas:
1. nos santuários florais criados em locais de tragédias, acidentes ou residência de uma celebridade recém falecida.

2. nas demonstrações públicas de "amor" aos filhos através de tatuagens horrendas no antebraço, com o nome do rebento em letras garrafais. O escritor inglês Theodore Dalrymple assegura que os pais que fazem tais tatuagens são geralmente os mais negligentes no cuidado com a prole, segunda pesquisa própria realizada no Reino Unido.
3. no excesso de emoção falsa, doentia e supervalorizada na defesa de ideais politicamente corretos.
O que caracteriza o sentimentalismo barato são suas emoções fáceis, superficiais e autoenganosas, em que a satisfação consiste em possuir a emoção por si própria, é um sentimentalismo autoindulgente que se basta.

E a teoria educacional romântica (no sentido filosófico, claro) contribui decisivamente para o aumento do sentimentalismo barato ao pregar coisas tais como:
1. a crença na inocência e bondade intrínseca das crianças;
2. afirmar que a rotina e a repetição são nocivas na aprendizagem da leitura, que o melhor é deixar a criança descobrir por si mesma (construtivismo);
3. acreditar que a reprovação na escola traumatiza a criança, e desse modo vemos hoje crianças no quinto ano que não sabem ler e nem escrever.
4. tolerar e querer normatizar os erros ortográficos por ser muito comum nos dias atuais.

Os principais teóricos desse romantismo pedagógico foram Pestalozzi, que assim como Rousseau cria que a cirança se desenvolve sozinha; John Dewey que pregava que não se deve forçar a criança a fazer nada; Henry Caldwell Cook, para quem o mais importante de tudo é "fazer com o coração" e Alexander Neill, que acreditava que a liberdade total era a melhor ferramenta educacional.
O resultado desse pensamento estamos a observar hoje: uma juventude que não conhece limites e cada dia mais burra que a geração anterior; vejo isso todos os anos na Universidade em que leciono, e só piora a cada ano.