quinta-feira, 30 de abril de 2020

Maluquices na Pandemia 1

A loucura tomou conta do Brasil.
O Presidente da República, já conhecido por suas loucuras, continua mais louco que nunca; já há algum tempo que ele vem fazendo maluquices em sua cruzada de minimizar a pandemia; pedindo a volta ao trabalho, receitando remédios, promovendo aglomerações, demitindo ministros, brigando com a OMS e finalmente mostrando que não está nem aí para o povo: "e daí? Vai morrer gente mesmo. O que eu posso fazer?". Agir como um presidente da república já seria alguma coisa.
Maluquices relacionada à politização da pandemia. 
Aqui no Brasil ficou assim: 1. A pandemia é de esquerda e tentar resolver (da forma errada) é de direita. 2. Chamam de vírus chinês, de comuna vírus e criam teorias da conspiração: tudo isso foi um maligno plano chinês para dominar o mundo. 3. Alguns da turma do Bozo acham que devem voltar ao trabalho o mais rápido possível já que tudo não passa de uma questão econômica, é só uma gripezinha, a economia não pode parar. 4. O maluco do Bozo deve ter escutado de algum louco de seu convívio que a tal da "Cloroquina" é boa para curar a covid-19 e pronto, criou-se a ilusão sobre um sucesso de um remédio que nem sequer foi pesquisado ou testado. 5. Os governadores que estão tomando medidas sérias para garantir o isolamento social são todos comunistas e candidatos a presidência para derrubar o Bozo e tantas outras maluquices de viés político.
Maluquices nas TVs e redes sociais.
1. Nas redes sociais os velhos viraram vilões idiotas que querem boicotar o isolamento social. O que há de vídeos e memes sobre idosos nunca houve na história da internet. É sempre o velho que quer sair, que é intolerante e que não entende as vantagens do isolamento social. Mas no mundo real não é bem assim, são os jovens, pelo menos aqui em Alagoas, que estão nas ruas se contaminando  e levando o vírus para dentro de casa. Acho que é um fenômeno nacional, nos programas jornalísticos vemos um monte de jovens se exercitando nas praias e parques, passeando pelas ruas e até fazendo festas bem movimentadas nas ruas das grandes capitais.
2. Uma verdadeira enxurrada de "Lives", para todos os gostos, algumas de muito mau gosto. Cantores de todos os gêneros se dispuseram a alegrar o confinamento dos que estão e apimentar as farras dos que não estão. Ponto positivo para os cursos e aulas exibidos gratuitamente.
3. Exibir jogos de futebol (sempre decisões de alguma copa que a seleção brasileira ganhou) nos tradicionais horários de jogos na TV parece ser uma tática das emissoras para fazer com que o povo não perceba que jogos de futebol ou de qualquer outro esporte não faz a menor falta, a não ser para aqueles diretamente envolvidos no negócio bilionário dos esportes. Vivemos bem sem a balbúrdia das torcidas, do vandalismo no final das partidas, dos excessos etílicos, das brigas e mortes. Talvez tenha chegado a hora de se ver esporte apenas como esporte e não mais um negócio, pois, se formos honestos conosco veremos que realmente não está fazendo falta nenhuma.

Mais um ministro maluco, "terrivelmente evangélico"!

Mais um maluco na barcaça da insanidade chamada "governo BolsoNero", nada surpreendente, pois, o que se pode esperar da mente de um insano senão insanidade? André Mendonça começou bem sua carreira de ministro maluquinho chamando o criminoso psicopata BolsoNero de "profeta" no combate à criminalidade. É louco de pedra mesmo para chamar alguém que defende abertamente a tortura, o crime organizado no Rio de Janeiro, o fechamento do Congresso, o fuzilamento de 30 mil na época da ditadura militar, de profeta no combate ao crime nos "últimos trinta anos".
Esse maluco da vez, que é advogado e pastor da igreja presbiteriana esperança de Brasília começou muito bem, fazendo aquilo que se espera dele, ou seja, maluquice. Não acredito que haja pessoa ligada ao insano presidente da república que tenha o juízo bom, nem os que saíram da barca da loucura, como Mandetta (estava fazendo a coisa certa no MS mas é um oportunista, desonesto e corrupto) ou Moro (ex-juíz manipulador, desonesto, corrupto e oportunista também), e muito menos os que estão entrando.
Já se foi o tempo em que ser evangélico (Protestante, como se chamava antigamente) era sinônimo de vida regrada e decente, de honestidade e incorruptibilidade. Desde o crescimento fenomenal do neo-pentecostalismo no começo da década de 1980, com suas teologias da prosperidade, cura e libertação, cuja real atividade era mesmo arrecadar dinheiro para enriquecer seus pastores, bispos e apóstolos, ser evangélico - com raríssimas exceções - já não cheira a coisa boa. De lá pra cá, ser evangélico virou sinônimo de ladrão, golpista, estuprador, maluco, traficante e mais recentemente político corrupto (vide bancada evangélica). Basta olhar a vida dos mentores dessas igrejas para entender seus objetivos, pela personalidade deles você deduz muita coisa, pois, o que se pode esperar de gente como Edir Macedo, Valdemiro Santiago, R.R. Soares e Silas Malafaia? Pessoas que usam seus programas na televisão para tomar dinheiro de pessoas pobres prometendo-lhes vida financeira próspera e uma saúde à prova de tudo em suas "campanhas", "correntes", "propósitos", "Lenços ungidos", "Óleos", "Águas milagrosas" e "desafios" que tem como único objetivo esvaziar a carteira do pobre que assiste a programação estelionatária ou que frequenta seus templos.
Esse novo ministro faz parte dessa nova leva de evangélicos, gente sem escrúpulos, bandidos, oportunistas, mais um bosta sem noção, ignorante e pau mandado do insano-mor da nação, que foi colocado lá justamente para ajudar a encobrir os crimes do chefe e dos filhos dele, que vergonha não? Não sei como um pulha desse tipo consegue se olhar no espelho, dormir tranquilo e pregar num púlpito de igreja... Já não se faz mais cristãos como antigamente.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Uma Viagem e a Covid-19 - Parte 2

Chegamos em Lisboa no dia 15 de abril, finalmente, depois da tensão passada na estrada no caminho de Cadiz à Lisboa. No aeroporto fomos recebidos pelo pessoal da CVC e fomos para o hotel, era domingo, estava bem frio mas a cidade parecia estar com funcionamento normal. Ao chegar no hotel tudo parecia normal, deixei as malas e fui conhecer a cidade, pois, estava bem perto do centro histórico de Lisboa, na avenida Liberdade.
A primeira surpresa foi que apesar de eu achar que tinha muita gente na rua, fui informado por uma guia de turismo que ali não havia nem vinte porcento da quantidade de turistas que costumava ter em dias normais. Por mim tudo bem, a cidade estava bem melhor então, pensei, vou aproveitar mais ainda sem o inconveniente de esbarrar em centenas de pessoas disputando lugares para fotos ou restaurantes cheios etc. E assim me lancei na empreitada de conhecer a bela cidade de nossos conquistadores lusitanos, apesar de muitas lojas e restaurantes fechados, que julguei ser devido ao domingo, depois descobri que isso se repetiria nos dias seguintes, mas até aí tudo bem.
Meus problemas começaram quando vi na TV que Portugal fechou a fronteira com a Espanha; meu voo seria Lisboa a Madri, mas tudo bem, pedi à CVC de Maceió que mudasse meu voo, não consegui, mandaram-me procurar a Ibéria só que a Ibéria não tinha escritório no aeroporto de Lisboa, novamente eu disse para mim mesmo: tudo bem, e pedi à CVC para comprar outra passagem direto de Portugal para o Brasil e assim foi feito, embarcaria na quarta-feira de lá para Fortaleza e depois para o Recife.
Certo de que tudo estava resolvido fui "turistar" na bela capital portuguesa apesar de tudo estar fechado, menos as padarias e um ou outro restaurante. O terror tomou conta quando soube que no Brasil só dois aeroportos estavam a funcionar: Galeão e Guarulhos, logo, minha passagem para Fortaleza, que custou 14 mil reais, dançou. Bateu o desespero geral nos passageiros provenientes do Cruzeiro que tinham passagens por Madri e outros aeroportos fechados, e como trocar as passagens? Ou, para aqueles que não tinham mais dinheiro para comprar outra passagem, como voltar ao Brasil?
Fomos à Embaixada que nos mandou para o Consulado e o Consulado disse que nada podia fazer, pegou nossos e-mails e nos mandou esperar. Tentei no aeroporto trocar a passagem e não consegui, filas quilométricas, mau atendimento e muita tensão, pois as notícias eram cada vez piores, os hotéis não iriam renovar as hospedagens, muita gente sem dinheiro até para se alimentar, idosos com a medicação acabando, jovens sem condições de comprar outra passagem cujo preço aumentou em até quinhentos porcento e sem poder pagar diárias novas em algum hotel.
Com a ajuda de familiares (um cunhado e minha irmã caçula) comprei outra passagem, pois meu crédito tinha sido ultrapassado após comprar a passagem para Fortaleza, fui para outro hotel com a ajuda da CVC local e finalmente consegui embarcar num voo para São Paulo, e, de lá para Maceió. Mas, ainda havia centenas de pessoas que não tinham condições de fazer o que eu fiz, e os grupos que foram criados desde o começo da crise foram de grande ajuda, houve vaquinhas, distribuição de alimentos e criou-se uma rede de ajuda entre nós, "perdidos em Lisboa" para esperar a repatriação. Nessa crise uma coisa ficou patente: Embaixada e Consulado são cabides de emprego, não ajudam e até atrapalham.
Portugal, seu governo, está de parabéns por cuidar tão bem do país em tempos de pandemia, eles fecharam quase tudo, as grandes lojas de marca, os shoppings, entretanto, deixaram o turismo funcionar ainda que com limitações. Se alguém me perguntar se me arrependi dessa viagem, só posso dizer que sim, foi muito tenso, colocou-me à prova por várias vezes, ansiedade, temor, quase desespero, raiva e uma sensação horrorosa de que eu não iria conseguir resolver a situação. Gosto de ter tudo sob controle, odeio situações em que eu não possa controlar, dentro dos limites, pois sempre há o incontrolável. Aprendi coisas valiosas, uma delas me foi passada por uma passageira do Cruzeiro, cujo destino era igual ao meu, e me disse, quando a situação ficou mais tensa, que havia mentido para sua família sobre sua viagem, para eles ela estava em São Paulo fazendo um curso e que chegaria dia 20 de março. Mentir é uma bosta mesmo, tá mentindo para quem? O que você lucra com essas mentiras? Nunca perguntei para ela, mas espero que ela tenha aprendido algo com isso.
Enfim, cheguei em Maceió na madrugada do dia 20 de março, com medo de ter contraído o vírus mas aliviado por estar de volta. Doido para tomar um banho de mar e sentir calor, ficar suado de novo, saudades de meus pais e de meus filhos e de minha cama e de carne guizada "da mamãe". Já de cara soube que o isolamento social acabava de entrar em vigor, pra mim tudo bem, tinha vindo da Europa e iria cumprir minha quarentena de 15 dias. Continuo nela.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Uma viagem e o Covid-19. Parte 1

Uma viagem bem tensa.
No final do ano passado comprei um pacote turístico para fazer a travessia do Atlântico indo de Recife à Lisboa num navio de cruzeiro da Pullmantur, o Soberano, com duração de doze dias de navegação e duas paradas: uma em Cabo Verde, na ilha vulcânica de Mindelo e outra nas ilhas Canárias em Santa Cruz de Tenerife, uma viagem de sonho para mim amante de cruzeiros - esse foi o quinto que fiz.
Embarcamos no dia 4 de abril, no Recife em clima de festa, a animação no porto já era audível do lado de fora, grupos organizados com camisetas feitas para a ocasião, jovens e idosos, centenas de pessoas mal contendo a ansiedade de embarcar e desfrutar da comodidade e prazer que só uma viagem em um cruzeiro é capaz de proporcionar. Ainda não se falava em pandemia.
Um dia inteiro de navegação e passamos ao lado do arquipélago de Fernando de Noronha, os aparelhos celulares começam a apitar, tem WiFi na ilha, e quem não comprou o pacote de internet do navio (seiscentos reais) vibrou por poder voltar a ter conexão e mandar um alô pros familiares e amigos em terra. A paisagem linda, as festas se sucedem em três "decks" (11, 7 e 5) do navio, muita bebida e comida e muita animação até chegarmos ao Cabo Verde. Lá somos informados que não poderíamos atracar, as autoridades estavam proibindo a descida de passageiros por medo de contaminação com o novo corona vírus, achei aquilo um absurdo, pois não tínhamos nenhum caso no navio e já estávamos a mais de sete dias em navegação. Surgiu um princípio de revolta por parte de alguns passageiros que compraram passeios na ilha, entre eles eu, mas, lei é lei. Fomos avisados pelo comandante que partiríamos direto para Tenerife.

E assim navegamos para as Canárias, shows, festas e nada de piscina, pois, já estava bem frio, mas até aí tudo bem. Fizemos amizades, que duram até agora, bebemos muito e dançamos também, e numa linda manhã ensolarada aportamos naquelas ilhas lindas e pudemos finalmente pisar em terra. Tenerife foi uma surpresa pra lá de agradável, o lugar é de uma beleza cinematográfica, principalmente Puerto de La Cruz, acho que foi um dos lugares mais bonitos que já visitei; ilha vulcânica de praias de areia preta e mar azul, azul profundo e gente de todo mundo. O comentário que eu mais ouvi de várias pessoas foi: "eu poderia viver aqui e não ia reclamar", eu pensei o mesmo.
De Tenerife até Lisboa seriam dois dias de navegação, mas o governo português proibiu o atracamento do navio, e foi nessa hora que começou o medo, a incerteza de tudo, o navio entrou em polvorosa, todo mundo comprando o pacote de internet, princípio de revolta etc. Fomos avisados pelo comandante que iríamos atracar em Cadiz na Espanha e de lá seguiríamos de ônibus para Lisboa que era nosso destino. Atracamos e descemos para os ônibus que nos esperavam, antes de entrar neles enfrentamos uma fila quilométrica debaixo de um frio congelante, mas, enfim, seguimos de ônibus na madrugada numa viagem de oito horas rumo a Portugal, iríamos chegar na mesma hora que o navio atracaria caso tivesse sido autorizado, ou seja, ninguém perderia voos nem diárias de hotel, chegaríamos a tempo. Mas, a viagem que parecia tranquila teve seu momento de terror quando a polícia portuguesa parou todos os ônibus na fronteira, até aquela hora eram apenas oito ou dez ônibus parados, ainda viriam mais quarenta e cinco. Foram momentos de puro terror que durou apenas uns 40 minutos mas pareceram horas; e assim, às oito da manhã chegamos ao aeroporto de Lisboa, enfim, sãos e salvos. Encontrei o pessoal do receptivo da CVC e fui levado ao Hotel Turim na Avenida Liberdade, e pensei com meus botões: o pior já passou, agora só diversão, eu não sabia o que me esperava, mas isso eu conto na próxima postagem.