No sábado 18/02, um trágico acidente na BR 316 tirou a vida de minha irmã e de meu cunhado.Nós nunca estamos preparados para esse tipo de acontecimento, apesar de vermos diariamente nos noticiários eventos dessa natureza, mas, é sempre com os outros que eles ocorrem.
E ainda mais no carnaval. Todos os anos vemos os números dos acidentes nas estradas, dos assassinatos nos festejos e todas as mazelas frutos dos excessos característicos desse período. Mas, é sempre com o outro.
E quando a tragédia bate em nossa porta a primeira reação é negar. Não pode estar acontecendo comigo, com minha família. Parece um filme de horror, e o pior, parece não ter fim. Filmes de terror terminam, tragédias pessoais não. São os filhos, de cada um e de ambos perplexos, sem palavras diante do inominável a lembrar que isso é real. É o sofrimento da mãe, doída, visceral, diante desse erro da natureza, a lembrar que isso é real mesmo. A tristeza dos irmãos, primos e amigos a atestarem o mesmo dolorido real.
Tive um professor que lecionava a disciplina "Tragédia Grega" que passou por um acontecimento similar: perdeu um filho de 20 e poucos anos assassinado. Numa das aulas ele nos disse que só agora entendia plenamente o sentido da tragédia na Literatura (e na vida): a tragédia não é a morte do ente querido em si, mas, ter que continuar a viver, apesar de tudo.
É isso...
