segunda-feira, 19 de abril de 2021

João Martins de Athayde e sua obra mais conhecida

                      
       foto: Portal Vermelho e Paraíba Criativa.

domingo, 18 de abril de 2021

DICA DE LEITURA - João Martins de Athayde

E nossa dica de leitura de hoje é o volume sobre o poeta João Martins de Athayde, da coleção de literatura popular da editora Hedra. Nesse volume você conhecerá um pouco da vida desse grande poeta, conhecido como o príncipe dos poetas de cordel e lerá oito de suas principais composições, entre elas "A sorte de uma meretriz" e "A chegada de João Pessoa no céu, boa leitura.



sábado, 17 de abril de 2021

LITERATURA DE CORDEL: Definição de Manoel Caboclo (1926-1996)

"Cordel não é aquele que está                              

dependurado num cordão

é aquele que foi feito

com as cordas do coração." 

Foto: Antonio Miranda

quinta-feira, 15 de abril de 2021

MESTRE DILA

Poeta e xilogravador de fama internacional, Dila, cujo nome era José Soares da Silva, nasceu em Pirauá na Paraíba em 23 de setembro de 1937, mas mudou-se ainda na infância para Pernambuco (Bom Jardim) vindo a fixar residência em Caruaru aonde faleceu aos 82 anos vítima de pneumonia em 18 de dezembro de 2019.

Mestre Dila ficou mais conhecido pela beleza artística de suas xilogravuras - em estilo realista fantástico - do que como poeta de cordel, o que lhe valeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Dila foi um dos poetas que tive a oportunidade de conhecer, conversador e com um humor afiado, adorava contar suas histórias, algumas sem pé nem cabeça.
Ele seria homenageado no carnaval do ano passado pelo bloco Galo da Madrugada cujo tema seria "Cordel e xilogravura", mas a homenagem não chegou a acontecer devido a pandemia do corona vírus.
A Academia Caruaruense de Literatura de Cordel prestou uma homenagem: "Foi um dos maiores xilogravuristas pernambucano, deixando um legado inesquecível para a Cultura Popular Nordestina". A prefeitura de Caruaru também agradeceu pelos "50 anos dedicados à cultura caruaruense".
Foto do Poeta: Diário de Pernambuco.

sábado, 10 de abril de 2021

A REVISTA CORDELETRAS

No ano de 2007 estive em Campina Grande - cidade querida - para entrevistar o poeta Manoel Monteiro, para mim o maior dos poetas de cordel em atividade no país naquela ocasião e fui apresentado à revista Cordeletras, publicação quinzenal da Mídia Comunicação e Assessoria que tinha como propósito a divulgação da cultura nordestina com destaque especial para a Literatura de Cordel.

Em sua propaganda a revista se apresentava como Revista Cultural Paraibana em que se pode encontrar: Literatura Popular (poesia matuta e Cordel), crônicas, contos, poesias, artigos, cinema, música, entrevistas, reportagens e Manoel Monteiro assinando a coluna final intitulada "Fala, Poeta".

Na seção "Desafio" poetas eram convidados a versejar sobre o Mote deixado por um outro poeta em edição anterior, como se fosse um desafio ou peleja não presencial e não duelado. No número 06 de outubro de 2007 o desafiado foi o poeta Iponax Vila Nova, filho do renomado repentista Ivanildo Vila Nova que glosou um mote de sua própria lavra que dizia: EU NÃO DEVO FAVOR A CANDIDATO/ TUDO QUANTO GANHEI FOI TRABALHANDO. Vamos aos versos:

"Quando chega o período de eleiçãoEu conheço o sujeito que se vende/ Mal acaba o dinheiro e se arrepende/ Tanto faz ser ou não oposiçãoEu não quero, não tenho precisão/ De ficar o meu voto leiloandoPois quem vende o seu voto tá provandoQue a honra que tinha foi pro mato/ Eu não devo favor a candidato/ Tudo quanto ganhei foi trabalhando."

quinta-feira, 8 de abril de 2021

OS CRISTÃOS E O BOLSONERO

Tenho ficado estarrecido com o apoio (ainda) de pessoas que se dizem cristãs ao nazifascista presidente BolsoNero, e me pergunto o por quê? O que faz uma pessoa que segue a doutrina cristã que prega o amor, o perdão, a compreensão, a solidariedade, a viver uma vida de irmandade com o próximo (Amar ao próximo como a si mesmo) apoiar um miliciano rancoroso, que desrespeita os mais elementares direitos humanos e assassino?

Será que foi devido as suas citações bíblicas nos palanques? "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"? Mas como seria isso possível se ao conhecer a verdade (Temos vídeos aos montes na internet mostrando o crápula que ele é) vemos que o dito cujo é e sempre foi apenas um político corrupto e desonesto (vejam as rachadinhas operadas pelos filhos e seu melhor amigo Queiroz, e, vejam ele pagando com nosso dinheiro funcionários particulares, como a caseira de Angra dos Reis e o cheque de 89 mil na conta de sua esposa, evangélica). Parece que isso não bastou para se conhecer a verdade.

Será que os cristãos pensaram realmente que é suficiente falar ou citar a Bíblia para se tornar uma boa pessoa, ou se batizar nas águas do rio Jordão? Felizmente nem todo cristão caiu nessa falcatrua, mas infelizmente, muitos ainda acham que ele salvou o Brasil da ameaça comunista que NUNCA existiu, assim como o tal do "kit gay". Primeiro porque o PT nunca foi comunista, pelo contrário, qualquer comunista que se preze vê o PT como mais um partido aliado à burguesia - como provou sê-lo haja vista o lucro exorbitante dos bancos na administração petista e o grande apoio à iniciativa privada e as ligações estranhas com empreiteiras.

Ter nomeado para os ministérios lideranças evangélicas também não faz de seu governo um governo comprometido com os ideais do cristianismo, mas convence os mais fieis e menos questionadores, como se ser cristão fosse um salvo conduto. A assassina Flor de Liz é pastora, os estelionatários Silas Malafaia, Edir Macedo, Valdemiro Santiago também são pastores, bispos e apóstolos, mas não são grandes exemplos de cristãos. Então, porque será que os evangélicos - existem católicos nesse meio - ainda insistem em acreditar no messianismo do BolsoNero? 

A Psicologia explica. As nossas crenças são uma espécie de "porto seguro", elas nos fornecem explicações que são mais fáceis, mais familiares e mais seguras, logo, nos conferem um certo conforto, e é isso que nos impede de mudar; além do fato de que mudar implica em admitir que erramos e nós não queremos de jeito nenhum admitir nossos erros. Portanto, nos aferrar às crenças, por mais estúpido que possa parecer é mais confortável que admitir o erro.

Vi uma postagem no Whatsapp que dizia que apoiar o bolsonarismo não era mais uma questão política do tipo direita contra a esquerda (o que realmente nunca foi) mas uma questão de caráter. Fiquei um pouco chocado num primeiro momento pois tenho familiares (evangélicos) que ainda o apoiam, mas, refletindo mais profundamente cheguei a conclusão de que há três explicações plausíveis: ou as pessoas que o apoiam são tão más quanto ele, e creio que essas são a maioria, os que fazem "arminha" com os dedos; ou são realmente burras, politicamente falando; ou não conseguem lidar bem com a dissonância cognitiva e denegam toda e qualquer informação que possa desorganizar mais sua cabeça já tão desorganizada. 

MANUEL D'ALMEIDA FILHO

 Manuel D´Almeida Filho nasceu em 1914, no município de Alagoa Grande, próximo a Campina Grande (PB). Era filho de agricultores, tendo vivido exclusivamente no campo até por volta dos oito anos, quando foi levado pela primeira vez à cidade, onde se deu seu encontro decisivo com a literatura de cordel. 

Quis aprender o ABC para decifrar as palavras nos folhetos, tornando-se, com isso, leitor habitual do gênero. Já por volta de 1936, vivendo como operário na capital paraibana, publicou seu primeiro folheto: A moça que nasceu pintada, com unhas de ponta e sobrancelhas raspadas, que versava sobre um caso polêmico ocorrido no interior do estado. 

Logo depois, tornou-se autor-proprietário e mercador ambulante nas feiras entre Pernambuco e o Estado da Paraíba. Foi admirador declarado de João Martins de Athayde e da roda de cantadores que se reuniam no Recife, em torno do poeta-editor pernambucano. 

Romances nordestinos 

Em 1940, fixou residência em Aracaju, capital de Sergipe, tornando-se, na década de 1950, um dos mais respeitados autores do gênero. A partir de 1955, passa a negociar o direito de publicação de suas obras com a Editora Prelúdio de São Paulo (hoje Editora Luzeiro, situada na mesma capital), tendo sido, até meados da década de 1990, um dos principais colaboradores da casa.

Aos oitenta anos, ainda em atividade no Mercado Municipal de Aracaju e envolvido com o trabalho de revisão de diversos originais, veio a falecer no dia 8 de junho de 1995. 

Escreveu romances de amor e aventuras passados no Nordeste, biografias de cangaceiros, histórias baseadas em produções diversas da cultura de massa, bem como contos de encantamento, de exemplo e faceciosos, alguns desses, de cunho erótico, publicados com o pseudônimo Adam Fialho. 

Integram a coleção da editora paulistana em torno de 200 títulos publicados, dentre esses: Vicente, o rei dos ladrões (1953), Josafá e Marieta (1956), Os cabras de Lampeão (1966), Os três conselhos da sorte (1970), Gabriela (1976) e A troca das esposas (1982). 

As informações sobre Manuel d’Almeida foram colhidas em depoimento do autor, gravado em vídeo em 1993, e em pesquisas realizadas nos acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Museu do Folclore e da Editora Luzeiro.

Fonte: Fundação Casa de Rui Barbosa www.casaruibarbosa.gov.br | site Cordel Manuel D´Almeida Filho 2. Fotografia do poeta: Rubi.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

AS PELEJAS NA LITERATURA DE CORDEL

 As "Pelejas" são uma espécie de desafios verbais muito comuns na Literatura de Cordel (LC), uma clara herança das famosas cantorias, duelos verbais em verso no qual um cantador (também chamado de Repentista) tenta sobrepujar o outro com a qualidade de seus versos e rimas.

Neste folheto reeditado pela editora Luzeiro vemos algo inusitado: uma peleja entre um homem e uma mulher, coisa rara de se ver na literatura popular e mesmo nas cantorias; aqui, o grande poeta, cantador e repentista Severino Borges é desafiado a enfrentar a bela cantadora Teresinha Rodrigues da Boa-sorte, mais conhecida como Patativa do Norte, e o que temos é um verdadeiro passeio pelos mais diversos estilos de versejar: quadrão, martelo, sete-pés e outros aparecem mostrando a riqueza e versatilidade dos cantadores e cantadoras nordestinos.

terça-feira, 6 de abril de 2021

LITERATURA DE CORDEL: O Rei Roberto Carlos

 A Literatura de Cordel (LC) sempre esteve sintonizada aos acontecimentos importantes de seu tempo, tanto que, um dos ciclos temáticos mais abundantes na LC são os chamados "Cordéis Jornalísticos", uma verdadeira reportagem jornalística narrada em versos. Acontecimentos políticos, crimes de grande repercussão ou fatos pitorescos sobre a vida de celebridades tinham presença garantida na pena dos poetas de cordel.

Desse modo, não poderia passar despercebida a onda da "Jovem Guarda", capitaneada por Roberto Carlos nas décadas de 1960-70. O fenômeno tomou conta do país, ditou modas e prendia milhões de brasileiros nas "Jovens tardes de domingo" na televisão, para assistir e cantar com o Rei e seus amigos: Erasmo, Wanderléia, Ronnie Von, Martinha e tantos outros.

Entretanto, o Roberto Carlos que aparece na maioria das obras de Cordel não é o romântico que distribui flores e canta o amor - com certa dose de breguice - sob todas as formas; mas sim o Roberto rebelde, rockeiro, que usava cabelos compridos e que corrompia os bons costumes da tradicional família brasileira, em particular a nordestina. E para o poeta de cordel, em sua maioria defensor ardoroso do status quo, da religião, da tradição e dos "bons costumes" esse cantor rebelde e cabeludo, com roupas extravagantes só poderia ser um representante do próprio demônio, como destaca tão bem o poeta Enéias Tavares  nesse maravilhoso poema. Leiam e se divirtam com mais essa história  

segunda-feira, 5 de abril de 2021

LITERATURA DE CORDEL: Adaptações de obras consagradas 1

 Giovanni Boccaccio (1313-1375) foi um ilustre poeta italiano e crítico literário respeitado, e também o maior especialista na obra de Dante Alighieri, "A Comédia", que é conhecida como A Divina Comédia graças a ele Boccaccio.

Ele é o autor do clássico "Decamerão" ou "Decameron", coletânea de cem contos, cem histórias que vão do amor à tragédia, passando é claro pelo erotismo, principalmente com as picantes histórias de sexo dentro dos muros dos conventos medievais em que freiras e padres ardem no mais luxurioso amor carnal.

Assim como aconteceu com outros temas clássicos da literatura mundial, os escritos de Boccaccio também foram adaptados e transformaram-se em literatura de cordel desde o início da publicação de folhetos nas primeiras décadas do século XX.

Os livretos de cordel da foto são uma edição da Editora Luzeiro que inovou na apresentação gráfica dos livrinhos de cordel, capa colorida e, nesse caso específico, por se tratar de teor erótico, bem apelativa, totalmente diferentes das tradicionais xilogravuras.

Os textos foram adaptados por Marco Moro em edições de 1979 até 1989; e como adaptações elas não são uma cópia das originais, o autor atualiza o cenário e muda a geografia trazendo a história mais para perto do público leitor-ouvinte. É diversão garantida, mas, só para maiores de 21 anos, como está destacado na capa.