sexta-feira, 7 de março de 2008

O Clube da Solidão

Gilda, 63 anos, professora aposentada, sem marido, sem sexo a quase 30 anos, a dez anos mora sozinha depois que o único filho casou-se e quase nunca a visita. Sua queixa: solidão. Em suas palavras: "Sou uma mulher abandonada, primeiro pelo marido - que era o homem de minha vida - e depois pelo filho, um ingrato, que nem sequer me visita. A mulher dele não gosta de mim, e nem meus netos ela leva pra me ver, isso é vida?". Depois da aposentadoria resolveu trabalhar como voluntária no projeto "amigos da escola", única maneira de ter contato com gente, pois, caso contrário não veria ninguém. Em uma de suas noites solitárias ela descobriu um programa de rádio, o Clube da Solidão, onde se pode trocar telefones e marcar encontros entre os solitários de plantão; foi assim que ela conheceu F., 12 anos mais novo, que ficou muito interessado nela, tanto que na mesma semana saíram para jantar e almoçar. Ela me diz que ele não é seu tipo de homem, apesar de ser um sujeito agradável, disse que vai ficar só na amizade à espera de um homem especial, que tenha entre 70 e 75 anos e faça seu coração bater mais forte. Um programa de rádio despertou a mulher adormecida e me faz pensar se não seriam todas elas "belas adormecidas" a espera de um beijo que as acorde? O que quer uma mulher (perguntava Freud)? Uma resposta possível poderia ser: um beijo despertador!

Nenhum comentário: