quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Pedofilia na Igreja Católica - Omerta!

Negar, minimizar e culpar, eis a política da igreja católica em relação aos escândalos centenários de pedofilia, abuso, exploração sexual, homossexualidade e inúmeras outras perversões sexuais. O primeiro passo é negar a existência dos fatos, silenciar as vítimas e transferir o criminoso de paróquia. Se isso falhar, vem os panos quentes, começa aquela história de que todos somos pecadores, que padres também erram, que devemos fazer como Jesus e perdoar os pecadores etc. E, quando mesmo assim o escândalo vem à tona, resta a esse covil criminoso católico responsabilizar as vítimas pelo crime, afirmar que as crianças é que seduziam os padres, ou então que elas gostavam do que estava ocorrendo.

O caso Murphy e o caso Maciel são emblemáticos nesse sentido, não apenas por seguir a regra da “omerta”, mas sobretudo, por mostrar que os casos eram conhecidos por toda hierarquia do catolicismo, do padre criminoso até o papa e mais ainda por envolver diretamente dois papas: João Paulo II, amigo de Maciel e Bento XVI, que sabia de tudo e sobre tudo — pois era o chefe da famigerada congregação para a doutrina da fé — e nada fez senão proteger sua instituição pervertida e doentia.

Lawrence Murphy, padre estadunidense, pedófilo e torturador (física e psicologicamente) que confessou ter abusado sexualmente de aproximadamente 200 crianças de uma renomada escola de surdos entre 1950 e 1974 no estado de Wisconsin. Durante sua confissão ele não se disse arrependido, até porque o caso só veio ao conhecimento público em 1993, quando o arcebispo de Milwaukee se pronunciou sobre as denúncias apesar de todo trabalho do Vaticano em mantê-las nas sombras, e, mais uma vez o criminoso não é punido. O padre maníaco morreu em 1998, “na dignidade de seu sacerdócio” como cita na carta em que pede proteção ao cardeal Ratzinger, mas o barulho provocado por suas vítimas repercute até agora, pois desmascarou o corporativismo da igreja católica e a conivência criminosa de cardeais e papas.

Marcial Maciel (1920-2008), padre mexicano, pedófilo, bissexual e dependente químico, foi o criador da ordem dos Legionários de Cristo e do movimento Regnum Christ. Amigo pessoal de João Paulo II na época das denúncias de seus crimes, foi apontado como vítima de calúnia, e as verdadeiras vítimas, seus então acusadores, foram ridicularizados e caíram no ostracismo até que todas as acusações fossem provadas— abusos sexuais com os noviços da ordem, plágio nas obras que “escreveu”, uso de drogas e ser pai de no mínimo cinco filhos que também sofreram abusos sexuais do padre criminoso. Como “castigo”, foi condenado a uma vida de penitência, oração e renúncia a todo ministério público. Ao se afastar da direção da ordem, nomeou como sucessor seu antigo amante Álvaro Corcuera, e desde então passou a levar uma vida de reclusão até sua morte em 2008 ao lado da mulher e da filha, tendo recusado a penitência e os sacramentos católicos.

O julgamento de Miwaukee foi um símbolo da luta contra os crimes e abusos perpetrados pela ICAR, cuja política sempre foi deixar debaixo do tapete toda sujeira, bem aos moldes do código de silêncio mafioso — omerta.

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