sábado, 13 de dezembro de 2008

CAPITU (ou como sacanear Machado de Assis)

A rede globo pôs um fim no grande mistério machadiano: o enigma Capitu. Se houve fidelidade literária por um lado, houve infidelidade imagética por outro. Explico: com aquela carinha delicadinha, e aquele jeitinho mimosinho de ser, Bentinho só poderia ser gay. Ah! e Escobar também.

Na trama "global", ambos aparecem como dois viadinhos de seminário católico, cheios de trejeitos e insinuações homoeróticas. Bentinho mais que Escobar. E, mesmo quando aparece velho, na pele do narrador Dom Casmurro, transparece na interpretação um comportamento afetado e louco, e bota louco nisso. Dom Casmurro, além de gay é psicótico nessa infeliz adaptação de Luiz Fernando Carvalho da maior obra da literatura brasileira. Talvez o adaptador tenha pensado que aquilo que deu certo n'A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, pudesse ser transportado (o formato é idêntico) para a obra de Machado. Enganou-se! Pobre Machado, não deu sorte dessa vez.


Adeus mistério! Na mini-série, Capitu tem todos os motivos do mundo para trair o marido, pois aquilo lá não é homem para uma deusa com olhos de ressaca - aliás, a atrizes fizeram jus a personagem. Logo, não há no que meditar, a lógica da imagem nos conduz a isso, a concluir que Capitu traiu Bentinho sim, e, pena que não foi comigo.


P.S. O José Dias da rede globo também é gay.

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