terça-feira, 6 de abril de 2021

LITERATURA DE CORDEL: O Rei Roberto Carlos

 A Literatura de Cordel (LC) sempre esteve sintonizada aos acontecimentos importantes de seu tempo, tanto que, um dos ciclos temáticos mais abundantes na LC são os chamados "Cordéis Jornalísticos", uma verdadeira reportagem jornalística narrada em versos. Acontecimentos políticos, crimes de grande repercussão ou fatos pitorescos sobre a vida de celebridades tinham presença garantida na pena dos poetas de cordel.

Desse modo, não poderia passar despercebida a onda da "Jovem Guarda", capitaneada por Roberto Carlos nas décadas de 1960-70. O fenômeno tomou conta do país, ditou modas e prendia milhões de brasileiros nas "Jovens tardes de domingo" na televisão, para assistir e cantar com o Rei e seus amigos: Erasmo, Wanderléia, Ronnie Von, Martinha e tantos outros.

Entretanto, o Roberto Carlos que aparece na maioria das obras de Cordel não é o romântico que distribui flores e canta o amor - com certa dose de breguice - sob todas as formas; mas sim o Roberto rebelde, rockeiro, que usava cabelos compridos e que corrompia os bons costumes da tradicional família brasileira, em particular a nordestina. E para o poeta de cordel, em sua maioria defensor ardoroso do status quo, da religião, da tradição e dos "bons costumes" esse cantor rebelde e cabeludo, com roupas extravagantes só poderia ser um representante do próprio demônio, como destaca tão bem o poeta Enéias Tavares  nesse maravilhoso poema. Leiam e se divirtam com mais essa história  

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