segunda-feira, 8 de março de 2010

Big Brother Brasil: o que é isso?

Quando o programa foi lançado, movido por uma curiosidade natural, resolvi assistir pra ver se programa era aquilo tudo que foi anunciado, o que explicaria o seu sucesso em vários países. Aguentei dois episódios do BBB 1, que teve até análise "psicanalítica" da performance do ganhador, Kleber Bamban, que conversava com uma boneca feita de cacarecos.
Depois vieram os outros, e, já está no número 10.
O que explica o sucesso desse programa? Já foi dito que o reality show cativa as massas por mostrar o convívio de pessoas reais em confinamento, com as nuances e problemas típicos dos relacionamentos humanos.
Os convidados seriam escolhidos por seus vídeos enviados à produção do programa; as brigas, namoros e conflitos seriam reais, da gente comum e simples do Brasil.
Porém, depois do primeiro BBB já se soube que nada disso era verdadeiro. As escolhas eram feitas a dedo pela produção - quase sempre bonitões e gatinhas que até já faziam figuração nos programas da Rede Globo. Os namoros eram arranjados e os relacionamentos seguiam scripts dependentes do desejo da audiência - ou da produção.
Como não assisti mais nenhum episódio além dos dois já citados do número 1, conheci as participantes pela propaganda - posters e outdoors - quando de suas participações nas páginas da Playboy, que aliás, deve ter algum tipo de acordo com o programa; ou será por acaso que as participantes "mais gostosas" tem cadeira cativa na revista? Para as gostosonas parece que o prêmio é esse!
Outra questão: como pode o povo brasileiro acreditar que aquilo é um "show de realidade" apesar do depoimento de alguns participantes desmascarando o arranjo?
Mais outra: porque o apresentador chama os homens de "brothers" e as mulheres de "sisters", quando o nome do programa é inspirado no livro "1984" em que o Big Brother era o tirano que observava a vida de todos para melhor controlá-los, e não um participante, que, ao contrário, são os observados?
Voyerismo à parte, notamos nesse comportamento (assistir ao BBB) do público, uma completa falta de senso crítico, mais um comportamento imbecil, semelhante a vender voto, votar em corrupto (sem vender o voto), apoiar milícia e grupo de extermínio, jogar lixo na rua, beber e dirigir seu carro, transar sem preservativo, e, achar que está tudo bem, pois, não existe pecado do lado de baixo do Equador.
Só há uma conclusão possível: ou a maioria do povo brasileiro é realmente burra, ou é muito mais carente e insatisfeita do que podemos supor.
Eu aposto na burrice.

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