
Para coroar o melodrama barato, tem uma cena em que uma mãe vai comemorar o aniversário do filho na cracolândia e tentar convencê-lo a voltar pra casa, nesta cena o diálogo é feito em meio ao choro dos dois personagens, cujo discurso se assemelha em tudo ao que estamos acostumados a ouvir nos programas de TV populares: o amor incondicional da mãe, a crença de que o usuário é um morto-vivo e que seu destino é o cemitério ou a cadeia.
O que o filme não mostra é a realidade mesma do problema da drogadicção, suas peculiaridades e particularidades, tais como: 1) nem todo mundo que experimenta drogas fica viciado; 2) nem todo viciado muda sua droga de uso para uma mais forte (isso é a minoria que faz); 3) nem todo viciado recorre à criminalidade para sustentar o vício (muitos trabalham sério a semana inteira); 4) que existem outros recursos bem mais eficientes que as Comunidades Terapêuticas (são fábricas de dinheiro) para tratar o usuário que deseja se tratar, e de graça na rede pública, os CAPS-AD; e (5) que se oração resolvesse o problema do uso de drogas seria realmente maravilhoso, mas não resolve.
Quando você imagina que o filme não poderia ficar pior vem a surpresa: sim, o filme pode ficar bem pior com sua conclusão. O personagem principal descobre que foi acompanhado por um ANJO durante todo seu percurso no mundo das drogas, e é claro que esse anjo foi consequência das orações de sua mãe, e, se não fosse por isso ele estaria ferrado: na cadeia ou no cemitério. É muita bobagem para tratar de um assunto tão sério.
Se não assistiu, não assista. É uma completa e total perda de tempo, o filme é ruim demais.